5 de dezembro de 2020

Mulheres do Agreste abrem dezembro com arte, música e voz no Memorial da Mulher de Arapiraca

(Foto: Samuel Alves)

A noite da primeira sexta-feira (4) de dezembro se rendeu à cultura das mulheres do Agreste, na I Mostra de Arte das Mulheres do Agreste (MAMA), com arte, música e voz no Memorial da Mulher.

Quem perdeu o vernissage ainda poderá prestigiar a exposição coletiva de Jane França, Lyla, Xiluva, Lorena Helen, Anna Araújo e Jucielly Regina, no hall do memorial.

Quem marcou presença, de máscara para espantar a Covid-19, viu o que não esperava. Uma noite de magia da arte promovida pela Prefeitura de Arapiraca, por intermédio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude (SMCLJ).

Suzi Mariana, uma das artistas a se apresentar no MAMA (Foto: Samuel Alves)

Foi uma mistura de gerações. Do artista plástico Renan Padilha, de 71 anos, às jovens talentosas artistas de seus 20 e poucos anos, que respiram cultura e afastam a ignorância, o desprezo, a intolerância e o preconceito estrutural.

Rosângela Carvalho, secretária de Cultura, Lazer e Juventude

Arquiteta da arte, Rosângela Carvalho, secretária de Cultura de Arapiraca afirmou que é uma alegria promover eventos culturais, principalmente a cultura da própria cidade e por meio do Prêmio Paulo Lourenço, edital de 2018 que está jorrando seu leite cultural agora.

“Como são importantes os editais culturais para valorizar a arte e os artistas porque só a cultura pode transformar o nosso lugar. A cultura é importante e quando atua com a Educação e a Saúde fortalece ainda mais o seu valor e por isso vocês devem participar dos editais”, aconselhou Rosângela Carvalho aos presentes.

E de fato o Memorial da Mulher foi um lugar transformado. A MAMA acolheu as vozes reprimidas, sofridas e ávidas pela liberdade de ser feliz. A atriz multifacetada Day Teles mostrou bem isso. Fez uma performance a qual relatou o preconceito estrutural à mulher.

A atriz Day Teles em apresentação no MAMA (Foto: Samuel Alves)

Ela mesma gritou pela liberdade da mulher oprimida pela educação social, pela sociedade machista. Day Teles trouxe à tona a repressão à mulher, que não pode sentar com as pernas abertas e que não pode em tudo que o homem podia sozinho, mas hoje não pode mais. Para ela “a arte liberta”, disse.

“Toda mulher tem a obrigação de se despir das palavras que a oprimem. Toda mulher tem o direito de se despir das regras sócios-culturais que a oprimem. Toda nudez será descoberta. A verdade que eu quero viver”, escreveu a artista em um tecido de papel.
Nos painéis: quadros e fotografias. Jane França retratou “O Reinado sem alicerces” em um quadro de acrílico sobre tela. Com caneta esferográfica e brush em papel couchê, Xiluva mostrou uma série de “Mando Nudes”.

Samuel Alves

(Foto: Samuel Alves)

Lorena Helen fez uma arte digital impressa e emoldurada intitulada de “Não existe”, mas está lá para todo mundo ver, entre outras obras de arte. Jucielly Regina fotografou “Geração Pós-Moderna”, “Preto Velho” e “Dia de Feira”.

Nos jardins o canto ecoou. A música interpretada por Suzi Mariana traz uma mistura eclética e suave. E Naty Barros solta a voz da negritude, que tem sede de liberdade. “Se destruir o Quilombo dos Palmares, a gente constrói outro”, alertou a jovem cantora de uma voz singular pela luta contra o preconceito racial.

Marta Eugênia, com sua experiência, e Lara, na flor da idade, declamaram poesias autorais para o deleite da plateia, que só deixou o Memorial da Mulher nos últimos acordes das canções de Suzi Mariana, que se reapresentou porque os amantes da arte pediram biz.

(Fotos: Samuel Alves)

 

 

Autor: Fábio Lopes

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