21 de outubro de 2019

Arapiraca 95 anos: Tudo começou com apenas cinco logradouros

– Você sabe onde fica o Beco dos Urubus?

– Não. É aqui em Arapiraca mesmo?

– É sim. Era lá que o Sr. Firmino estendia couro pra secar. É pertinho da Rua Nova, da Rua Pinga Fogo e da Rua Boca da Caixa, tudo no centro da cidade.

Não entendeu nada do diálogo acima? Calma, é normal para quem não tem idade de conhecer as miudezas por trás da história de Arapiraca.

Em 1924, quando Arapiraca foi reconhecida como cidade, apenas 5 logradouros públicos existiam. O Quadro, conhecido hoje como praça Manoel André; rua Nova, hoje praça Marques da Silva; rua Pinga Fogo, atual rua Aníbal Lima, e rua Boca da Caixa, atual rua 15 de Novembro.

De acordo com o historiador e escritor arapiraquense Zezito Guedes, após a emancipação, o prefeito eleito, Major Esperidião Rodrigues da Silva construiu a rua do Cedro, cedendo uma faixa de terra de sua propriedade, onde hoje está localizada a avenida Rio Branco, uma das principais do centro de Arapiraca.

No livro “Arapiraca através do tempo”, Zezito Guedes descreve o cenário da Arapiraca de 1924 como sendo dominada por um panorama bucólico, com animais pastando em plena rua e dezenas de carros de boi que diariamente trafegavam. À noite, os jovens contavam estórias sentados nas calçadas e os mais conservadores rezavam ofícios e novenas na igreja.

“A vida era aquela rotina e até o tempo demorava a passar, pois o movimento era pequeno e as horas eram ociosas. Enfim, a cidade parece até que vivia parada no tempo. O progresso ainda estava longe e o casario de formas singelas dava ainda a impressão de um povoado”, escreveu Zezito Guedes no livro publicado em 1999.

É estranho imaginar a segunda maior cidade de Alagoas e uma das que mais cresce no nordeste brasileiro com os aspectos citados pelo historiador Zezito Guedes, né? Mas toda história tem um começo e esse é o nosso.

Autor: Erick Balbino

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