18 de fevereiro de 2019

Em família, blocos antigos de Arapiraca retornam à avenida do Folia de Rua

Os blocos antigos tomaram conta dos olhares de todos: disposição e alegria (Foto: Samuel Alves)

Trinta anos de ressaca. Foi basicamente este o período de tempo que muitos blocos antigos precisaram para voltar para a avenida momesca em Arapiraca.

Os blocos Zum Zum, A Pinta, Bandinha do Dedé e Tengo Tengo reestrearam no Carnaval da Terra de Manoel André na edição do ano passado do Folia de Rua, que trazia o lema “Resgatando Tradições”, justamente em homenagem a essa volta deles.

A tradição, então, se manteve neste 2019. No sábado (16), eles novamente desfilaram suas cores, brilho, alegria e experiência.

O agora estudante de Arquitetura, Riann Brito (ajoelhado), estava comemorando com os familiares (Foto: Genival Silva)

Mas há um fator interessante nisso tudo: os filhos e netos agora pulam Carnaval junto com os integrantes de outrora.

Foi o caso de Riann Brito, de 18 anos de idade, que foi pela primeira vez para o Folia de Rua este ano. E já de supetão, também para um dos blocos antigos, junto com boa parte dos familiares, o Bloco Zum Zum.

Este foi fundado em 1966 por um grupo de amigos que “invadia” residências e estabelecimentos comerciais àquela época, esbanjando descontração e músicas autorais ao passo que a zabumba fazia: “zum-zum-zum, zum-zum-zum e zum-zum-zum”.

Representantes do Tengo Tengo paravam para tietar o prefeito Rogério Teófilo (Foto: Samuel Alves)

Abelhando pelo Bosque das Arapiracas pela primeira vez, Riann comemorava, ainda, sua recente aprovação no vestibular. Ele passou no curso de Arquitetura e já vai iniciar o ano com esta nova experiência na Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

“Independentemente do gênero musical que a gente escuta em casa, isso aqui vai além disso. É um momento de troca. Quem curte agitação, consegue se soltar tranquilamente. E é isso que viemos fazer aqui: com que essa tradição não acabe, já que os blocos antigos voltaram. Melhor ainda, estando acompanhado pelos parentes. O que faz a diversão é a conexão, não a idade. Com o passar dos anos, isso só se fortalece”, diz o estudante, com um chapéu de couro disfarçando a careca recém-surgida.

Unidas, A Pinta e a Bandinha do Dedé mais uma vez marcando presença na avenida carnavalesca (Foto: Samuel Alves)

Ainda na avenida momesca durante o sábado (16) estavam os componentes dos blocos A Pinta, que se iniciou em 1967; da Bandinha do Dedé, também de 1967; e do Tengo Tengo, de 1972.

A animação foi o ingrediente em todos eles, com três gerações das famílias se encontrando nestas prévias inesquecíveis.

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