30 de junho de 2013

Arraiá Arrocha o Nó faz homenagem ao Velho Mestre Davi

Nesta sexta-feira (28), “A História do Velho Mestre” foi exposta pelo Arraiá Arrocha o Nó, no bairro do Senador Nilo Coelho. Carregada de emoção, a apresentação exaltou o bom-humor e ao exemplo de resgate feito por Davi Bernardino, pernambucano que fez de Arapiraca seu lar.

O “Velho Mestre”, como era conhecido na região, dedicou parte de sua vida à cultura e tradição nordestina, trazendo a quadrilha matuta a qual era marcador, a “Pé de Serra”, de Pernambuco para cá, em 1985.

Desde então, seu envolvimento com a comunidade foi se estendendo. Segundo o organizador do Arraiá Arrocha o Nó, Sirlovique Valdir Roberto da Silva, de 43 anos, o mestre Davi teve complicações de saúde e faleceu em meados de abril último.

“Mas seu legado ficou e cá estamos para honrar o que ele mais queríamos: essa união e esse resgate feito todos os anos, seja São João ou não”, coloca ele. O mestre Afrísio Acácio do Acordeon ainda fez uns versos sobre nossa tradição.

Com os esforços da prefeita Célia Rocha (PTB), a Rua Tibúrcio Valeriano pôde ser fechada e realizado o arraiá, onde havia uma fogueira e um milho gigante feito com material reciclável e garrafas PET, igreja, a Fazenda Bernardino com a casa do fazendeiro e sua “corrida da argola”, a Casa do Velho Mestre, com o Arraiá Capim Canela, a Casa da Benzedeira, cemitério e a Casa da Comadre Zabé, uma espécie de bodega.

Os jurados foram recepcionados por uma bela Dança da Fita, antes de entrarem no palhoção. Houve Dança da Peneira, o coco de rodo, o xote e a toada, com o Seu Bertoso, fazendo homenagem justa ao mestre Davi: “Nós todos somos irmãos, não me canso de falar. Uns se vão, outros ficam, esperando Deus chamar”.

Sob aplausos, a quadrilha matuta Arrocha o Nó entrou e apresentou uma envolvente dança, após quatro meses de ensaio. Segundo Leyversson Kelvy Ferreira de Lima, de 14 anos, a mãe dele havia dançado com o mestre Davi. “Este foi meu primeiro ano dançando e não tiver a oportunidade de ele nos guiar. Mas não aqui sabemos o quanto ele se doou para que este dia acontecesse”, diz o integrante da quadrilha.

“Eu sou apaixonado por sanfona. E tinha que seguir em frente sem o Velho Mestre”, diz Sirlovique Silva, organizador da festa. Um dos cinco filhos do homenageado Davi, Valdeir Bernardino, comentou que “se faz, assim, a continuidade de seu legado ao resgate cultural”.

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