23 de março de 2018

Arapiraca é única cidade do interior com unidade de referência no tratamento da tuberculose

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Equipe multiprofissional em conversa  na sala na espera do CRIA, na Semana de Luta contra a Tuberculose

Detectar, tratar e curar a tuberculose é um desafio que Arapiraca abraçou desde a implantação do Programa Municipal de Tuberculose e Hanseníase.  E ganhou reforço em 2009, quando inaugurou o Centro de Diagnóstico Deputada Ceci Cunha, que funciona no Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA).

Do início até agora,  o registro é de avanço no serviço que atende a população dos municípios que integram a II Macrorregião de Saúde de Alagoas. Arapiraca é a única cidade  do interior com unidade de referência terciária de tuberculose. E conta com o trabalho de um equipe multidisciplinar, composta por profissionais médicos, assistente social, enfermeiros, farmacêutico, bioquímico, técnicos de laboratório e enfermagem.

“Os pacientes do Sistema Único de Saúde contam com uma equipe capacitada para acolher direcionar os pacientes e suas famílias, da recepção aos demais serviços. E uma estrutura física composta por consultório, farmácia e laboratório”, ressaltou Maria Salésia Moreira, coordenadora Municipal do Programa Tuberculose e Hanseníase.

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Enfermeira Walcélia Santos realiza coleta de exames em paciente do Programa Municipal  de Tuberculose 

Serviço Humanizado

Os benefícios do programa são comemorados por quem precisa e encontra um serviço humanizado. Adriana Maria, 27 anos, casada e mãe de dois filhos, é um exemplo. Moradora do município de Monteirópolis, localizado a 76 km de distância de Arapiraca, acompanha a recuperação do seu filho de 11 anos,  que há seis meses foi diagnosticado com a doença, quando iniciou o tratamento. Chegando agora à fase final, comemora a cura da tuberculose.

“Quando chegamos aqui no CRIA, meu filho estava pesando 24 kg. Ele não se alimentava direito e apresentava quadro de tosse, febre, dor, falta de apetite e fraqueza. Agora, no final do tratamento, ele já está com 32 kg e eu estou feliz em ver que ele está bem” afirmou Adriana Maria, que não economizou elogios à equipe do programa de tuberculose. “A equipe é educada, prestativa e cuidadosa, faz a gente sentir segurança. Durante o tratamento, eu recebia ligações dos profissionais para avisar das consultas, saber das reações da medicação e a evolução do meu filho”, acrescentou.

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 Marcio Henrique de Carvalho, Médico pneumologista, explica o Programa Municipal  de Tuberculose 

Centro de Referência

O médico pneumologista do Programa Municipal  de Tuberculose, Marcio Henrique de Carvalho, explica  que qualquer pessoa com tosse por três semanas deve procurar uma unidade de saúde para ser avaliada. Além desse sintoma, é comum que o paciente com tuberculose apresente um quadro semelhante ao do filho da Adriana Maria, que precisa ser investigado. E, no caso do diagnóstico positivo para a doença, o paciente deve realizar o tratamento por seis meses, sem interrupção. O serviço está disponível para a população pelo SUS, de segunda a sexta-feira, no CRIA.  

De acordo com o médico, Arapiraca segue a proposta da Organização Mundial de Saúde (OMS), no que diz respeito às prioridades relacionadas à detecção precoce de casos, ao tratamento do paciente e a cura. Para isso, ele ressalta a importância da abordagem do paciente, que inicia na rede de atenção primária,  que deve visar a redução do estigma que ainda existe em torno da doença. “É necessário que os profissionais da saúde trabalhem na perspectiva da atenção integral ao paciente. Uma criteriosa avaliação, desde o quadro do paciente a sua história, possibilitam um diagnóstico precoce e a cura”, destacou.

(Fotos: Samuel Alves)