Com menos de um século de idade, Arapiraca coleciona o título de mais importante município do interior alagoano. E nesse contexto, há de se destacar a relevância da evolução do segmento educação, que segue a trajetória da história do município, o segundo maior polo de educação do estado.
A semente desse desenvolvimento começou a ser plantada antes mesmo do seu processo de emancipação, que aconteceu no ano de 1924. Relatos apresentados no livro “Arapiraca através do tempo”, do escritor, escultor e folclorista Zezito Guedes, narram que foi em 1885, a data da chegada do professor Antônio Raimundo, o primeiro contratado por lideranças do povoado para ensinar a meninada a ler, escrever e a contar.
As aulas eram ministradas numa residência particular improvisada como sala de aula. Nessa fase, a escolarização era considerada um privilégio acessível aos filhos de famílias com posição econômica destacada. Somente em 1890 foi criada uma escola mista. E em 1891, Esperidião Rodrigues, o primeiro prefeito do município, conseguiu do então governador do Estado, o Barão de Traipu, a nomeação da sua nora, Marieta Peixoto, a de primeira professora estadual.
Após esse feito, a próxima conquista de destaque para o campo da educação aconteceu somente no ano de 1940, após 16 anos da emancipação do município, quando foi instituído oficialmente o curso primário, com a fundação do Grupo Escolar Adriano Jorge.
A demora para que Arapiraca tenha embarcado no processo de escolarização, pode ser explicada por meio da observação dos costumes da época. Um deles era o estímulo à participação de toda a família, incluindo os filhos, nas atividades agrícolas. Primeiro, na cultura da mandioca e, mais tarde, com o fumo. Por isso a escolarização não era priorizada e a escola considerada um luxo dispensável.
Entretanto, se por um lado a valorização do trabalho afastava as crianças da escola, por outro, a partir da fase da ampliação e êxito no cultivo do fumo, que fez riqueza no município, mudaram-se as concepções, principalmente dos mais favorecidos financeiramente, que passaram a enxergar a necessidade da expansão da educação escolar para o progresso econômico do município.
Dessa fase até aqui, quanta diferença. A valorização da produção do saber, ao longo das décadas, foi conduzindo a cidade ao status de segundo maior polo da educação do Estado, sendo responsável pela mão de obra qualificada para atender as demandas, não somente da cidade, mas da região, passando a ser primordial no processo de desenvolvimento cultural, social e econômico do município.
Arapiraca coleciona belas conquistas. E no campo da educação, vale destacar histórias que refletem o progresso do município. Por isso, essa reportagem especial resgata a trajetória de algumas das primeiras unidades de ensino estabelecidas na cidade.