24 de junho de 2022

“Arraiá do Florêncio” faz festa familiar no Alto do Cruzeiro

Bairro estreia participação no São João Comunitário com ares de fraternidade e reencontro

Fotos: Fábio Ferreira – Ascom Arapiraca

O clima de união entre a vizinhança garantiu que o primeiro arraial comunitário do bairro Alto do Cruzeiro fosse um sucesso. O palhoção foi montado na Rua Florêncio Apolinário, dando vida ao “Arraiá do Florêncio” na noite desta quinta-feira (23).

O nome da rua e do arraial são uma homenagem a um dos primeiros comerciantes daquela região, conhecido por trabalhar com vários ramos, como hotelaria e sapataria. A curiosidade é que quase todo mundo da rua se conhece ou tem algum grau de parentesco. Por isso, a festa junina no bairro já tinha sido realizada outras duas vezes, mas pela primeira vez a comunidade contou com o incentivo da prefeitura e participou do Concurso de Resgate às Tradições Juninas, em sua 18º edição.

Família é herança

O tom familiar da festa se refletiu na organização. Foram 250 cadeiras alugadas para acolher com conforto os juninos mais velhos, além das cedidas pela vizinhança. “A gente teve um zelo maior com essas pessoas de mais idade para que todos pudessem ficar o mais confortável possível. A rua é um pouco estreita, mas deu pra todo se aconchegar. Tudo muito pensado nessas pessoas que têm dificuldade de mobilidade e acesso”, explica Marcos Cordeiro, um dos organizadores do arraial.

O estudante de letras de 23 anos cresceu na rua e mora lá até já, mas diz que a festa é uma oportunidade da comunidade se reunir, visto que muitos da nova geração acabaram saindo dali e indo morar em outros bairros da cidade.

Foi isso que levou o casal Edileuza e Pedro Balbino ao arraial: reencontrar os amigos. O Pedro é proprietário do “Caldinho do Pedrinho”, o primeiro bar da rua, fundado há quase 50 anos e que desde então preenche de sabor o paladar do arapiraquense. “A gente viu essa criançada toda crescer tomando caldinho. Nós aqui não temos uma rua, não temos vizinho, temos uma comunidade de família. Uns já se foram, casaram, estão em outras localidades, mas hoje estão todos aqui juntos e presentes”, diz Edileuza.

“Se eu tivesse 15 anos, estava dançando quadrilha”

Mesmo sentada e de máscara de proteção, é possível enxergar a alegria da Dona Margarete em vivenciar a noite de apresentações no Arraiá do Florêncio. Ela também conhece quase todo mundo dali. O olhar fixo no centro do palhoção, acompanhado do balançar da cabeça e das palmas entregam. Quando abaixa a máscara vez ou outra, o grande sorriso é exposto para o público.


O São João é parte da vida da idosa de 72 anos, que nasceu no Sítio Belo Jardim e tem o São João como um grande amor. “Meu pai montava uma fogueira de dois metros, e de Santo Antônio, a São João e São Pedro, e a fogueira ficava queimando direto, não se apagava, não”, relembra.

Quando cresceu, festejou muitos anos em Caruaru, considerado o pólo junino do país. As lembranças do maior São João ainda são vivas, mas segundo ela, a festa em Arapiraca não deixou nada a desejar. “Que pena que eu não bebo mais uma cervejinha nem danço um forrózinho, mas tá dentro do meu coração”, afirma.

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