Participação feminina move Arraiá do Vovô Pedro, na Vila Capim
Das delícias servidas aos desfiles da rainha do milho, mulheres da comunidade foram o destaque da noite
Fotos: Fábio Ferreira – Ascom Arapiraca
O tradicional arraial comunitário da Vila Capim, na zona rural de Arapiraca, foi promovido pela segunda vez pela ONG Pedro Cavalcanti Netto. As beneficiadas pela ONG organizaram a festa com muito amor aos detalhes e proporcionaram uma noite especial para quem foi prestigiar o evento.
O “Arraiá do Vovô Pedro” e o nome da ONG é em homenagem ao avô de Valsandi Cavalcanti, de 39 anos, presidente da ONG. Segundo ele, o trabalho realizado há um ano e meio na comunidade tem beneficiado os moradores da região. “A gente vem transformando bastante a vida das pessoas. Temos depoimentos de pessoas que deixaram de tomar remédios depois que chegaram a ONG”, conta o presidente. Ainda de acordo com ele, a instituição oferece atividades de hidroginástica, fisioterapia, karatê, futebol masculino e feminino, além de uma equipe multidisciplinar que fica à disposição.
Valsandi destaca o apoio da prefeitura ao arraial comunitário. “Nossos alunos participam, ficam muito animados e é um incentivo importante da prefeitura pra gente fazer esse arraial comunitário. Toda a comunidade está engajada no evento, seja na decoração ou na alimentação para os jurados, todo mundo sai animado da festa”, garantiu. A ONG é aberta a todos os públicos, mas a grande maioria são mulheres de meia-idade.
As rainhas do milho
As estrelas da comunidade foram as rainhas do milho na noite deste domingo (26). A Maria Rosa, de 55 anos, é agricultora e desfilou pelo palhoção ao som do forró, mandando beijos para o público e jurados e distribuindo simpatia e carisma. Todas arrancaram aplausos e agitaram o público, mas a grande escolhida foi ela. “Eu achei maravilhoso essa energia, esse público. Eu adoro dançar, me exibir, pular, eu sou assim. Pra mim foi maravilhoso”, disse a grande vencedora.
Aa delícias servidas no Arraiá do Vovô Pedro foram todas preparadas pelas mulheres que fazem parte da ONG. Foram mais de 20 iguarias juninas. Uma das que contribuíram com o banquete foi a dona de casa Josefa Santos. Para ela, participar da festa foi muito gratificante, tendo em vista o carinho que tem pela ONG. “Cada pessoa trouxe uma coisa, nos reunimos pra fazer isso, trazer tantas delícias e fazer esse arraiá topado. É a alegria de estar com as amigas e revendo pessoas que às vezes a gente nem vê no dia a dia”, destaca.
Tudo tem uma primeira vez
Até a noite no Arraiá do Vovô Pedro, Rhary Gardeny só conhecia a energia de uma quadrilha junina pela televisão ou por ouvir falar. A vendedora de 29 anos nasceu em Belém, no Amazonas, região norte do país, mas morou muitos anos em São Paulo e veio parar em Alagoas depois que a mãe casou com um alagoano.
“Achei muito interessante, muito bonito. É muito massa ver o trabalho e a dedicação. Tive a oportunidade de ter visto ao vivo, que é muito bem melhor pela televisão. As roupas são muito coloridas e bem feitas”, elogiou.
Ela mora no Povoado Canaã e ficou encantada com o que viu. Junto da filha, a Maria Vitória, de sete anos, Rhary planeja ir ao concurso de quadrilhas que começa na próxima quinta-feira (30) para ver de mais perto mais quadrilhas e se aproximar ainda mais desse calor tradicional nordestino.