Prefeitura promove encontro de acolhimento com mães de crianças com microcefalia
A mãe de uma criança com deficiência geralmente abdica das suas preferências, atividade, planos, perde a atenção dos outros membros da família em decorrência do filho. Ela está comumente inserida numa rotina exaustiva de médicos, remédios, aparelhos e busca por soluções para dar conforto à criança.
Promover o acolhimento a essas mães é uma das tarefas da Prefeitura de Arapiraca, que contribui na busca por melhores condições de vida para toda a família. O Centro de Referência para Pessoa com Deficiência (Centro Dia), localizado no bairro Brasília, recebeu um grupo de mães de crianças com microcefalia, que participou de um momento de acolhimento e troca de experiências.
A ação foi organizada pela Coordenação da Rede de Atenção à Pessoa com Deficiência e serviu para aproximar o município das reais necessidades dessas mães e, assim, elaborar uma linha de trabalho que permita melhorar a qualidade de vida de suas famílias.
“Ficamos muito felizes em poder contar com a presença dessas mulheres guerreiras, que se desdobram em mil para poder dar conta de tudo. A gente tem acompanhado essas famílias desde 2015, quando foram confirmados os primeiros casos de bebês que nasceram com microcefalia causadas pela Síndrome Congênita Zika Vírus, e é muito reconfortante perceber o quanto essas crianças tem se desenvolvido e aprendendo a cada dia, graças aos estímulos certos e à dedicação dessas mães”, disse a coordenadora Amanda Bertoldo.
A mãe do pequeno Gustavo, de 6 aninhos, Flávia Ferreira de Araújo, parabenizou a iniciativa da prefeitura e relembrou os desafios de criar uma criança com deficiência.
“O encontro que tivemos foi muito proveitoso. Por meio dele, foi possível sanar nossas dúvidas e, ainda, ver um meio de conseguirmos ter acesso aos serviços que nossos filhos precisam como, por exemplo, consultas, exames, fisioterapia”, explicou Flávia.
Ela descobriu que seu filho tinha deficiência na 32ª semana de gestação e, segundo ela, o choque foi grande. Naquela época, a síndrome era conhecida, mas ela não sabia o que era a microcefalia. O susto maior, segundo ela, foi saber que tudo tinha sido causado pelo mosquito Redes aegypti. Ela teve os sintomas da Zika com 13 semanas de gestação, quando o feto está na etapa mais importante do seu desenvolvimento.
“Gustavo começou os acompanhamentos de fisioterapia com três meses de vida, e até hoje, com quase 7 anos, não parou. A síndrome dele atingiu bastante a coordenação motora, era uma criança muito estática, mas com os tratamentos de fisioterapia, fono, terapia ocupacional, natação, estimulação visual e ecoterapia, hoje se tornou uma criança bem mais desenvolvida. O desenvolvimento dele é lento, mas ver ele conseguindo realizar novas coisas a cada dia, é muito gratificante”, disse a mamãe.
“Hoje em dia ele também frequenta a escola e fazemos a conciliação dos tratamentos essenciais e estudos. Hoje tenho outra visão sobre a Síndrome Congênita do Zika Vírus. Amo meu filho do jeitinho que ele é”, finalizou Flávia.
O encontro também contou com a presença da coordenadora do Programa Criança Feliz, Gineide Castro, que falou sobre a importância da interação dessas crianças com o mundo, principalmente através das brincadeiras.
“É nos momentos de brincadeiras que as crianças tem a oportunidade de aprender a lidar com os êxitos e frustrações. É brincando que são estabelecidas as relações cognitivas, sensório-motoras e socioemocionais”, explicou Geneide.
Também participaram da reunião o visitador Wilamesson Vieira, do Programa Criança Feliz, e a´coordenadora de Saúde Bucal Danyella Leandro.
Autor: Erick Balbino