Casos de Dengue podem ser confundidos com Covid; prefeitura investiga subnotificações
Dias de chuva seguido de dias de sol são o cenário perfeito para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal causador de doenças como Dengue, Chikungunya e Zika. De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses de Arapiraca, o percentual de focos encontrados nos imóveis da cidade já ultrapassa os 4,4%, quando o máximo tolerado pelo Ministério da Saúde é de 1%.
Como ainda estamos vivenciando a pandemia de coronavírus, a Secretaria Municipal de Saúde está preocupada com os casos de dengue que podem estar sendo confundidos com casos suspeitos de Covid-19 e, consequentemente, subnotificados.
De acordo com a coordenadora de Dengue e outras Arboviroses de Arapiraca, enfermeira Lívia Emanuela, até o momento apenas nove casos de dengue foram confirmados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o que é incomum nesta época do ano.
“Levando em consideração os dados do Centro de Controle de Zoonoses sobre o número de focos do Aedes Aegypti encontrados, a quantidade de notificações feitas através do sistema, acreditamos que muitos casos possam estar sendo subnotificados, devido a semelhança aos sinais e sintomas das duas doenças”, explicou a enfermeira.
Para melhorar o diagnóstico e minimizar os casos de subnotificação, a Secretaria Municipal de Saúde está elaborando um fluxograma para orientar os profissionais de Saúde que atendem aos casos de síndromes gripais.
“Todo caso suspeito de Covid-19 que apresente sintomatologia que coincida com a da dengue também deve ser tratado como caso suspeito para a doença transmitida pelo Aedes Aegypti”, continuou Lívia Emanuela.
De acordo com a profissional de Saúde, muita gente que vai até a Unidade Sentinela, Pronto Atendimento ou Central de Triagem Iza Castro faz o teste e dá negativo, volta para casa e ignora os outros sintomas, que podem ser indicativos de dengue.
“Esses pacientes não podem negligenciar os sintomas e, em caso de dengue, devem dar início imediato ao tratamento específico”, finalizou a enfermeira.
As supostas subnotificações dos casos de dengue podem estar ligadas ao aumento no número de atendimentos nos três centros de referências para síndromes gripais, que são Unidade Sentinela, Pronto Atendimento e Centro de Triagem Iza Castro, que não necessariamente estão refletindo casos confirmados da doença causada pelo coronavírus.
O combate ao mosquito Aedes aegypti é uma responsabilidade coletiva. Confira as principais ações para proteger você e sua família:
Prevenção/Proteção:
- Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplica repelente nessas áreas;
- Fique, preferencialmente em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
Cuidados:
- Caso observe o aparecimento de manchas vermelhas na pele, olhos avermelhados ou febre, busque um serviço de saúde para atendimento;
- Não tome qualquer medicamento por conta própria;
- Procure orientação sobre planejamento reprodutivo e os métodos contraceptivos nas Unidades Básicas de Saúde.
Informação:
- Utilize informações dos sites institucionais, como o do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municiais de saúde;
- Se deseja engravidar: busque orientação com um profissional de saúde e tire todas as dúvidas para avaliar sua decisão;
- Se não deseja engravidar: busque orientação médica sobre métodos contraceptivos.
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico. Ele vive dentro de casa e perto do homem. Com hábitos diurnos, o mosquito se alimenta de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A reprodução acontece em água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados e distribuídos por diversos criadouros.
Em menos de 15 minutos é possível fazer uma varredura em casa e acabar com os recipientes com água parada – ambiente propício para procriação do Aedes aegypti. Veja as principais orientações:
Dentro das casas/apartamentos:
- Tampe os tonéis e caixas d’água;
- Mantenha as calhas sempre limpas;
- Deixe garrafas sempre viradas com a boca para baixo;
- Mantenha lixeiras bem tampadas;
- Deixe ralos limpos e com aplicação de tela;
- Limpe semanalmente ou preencha pratos de vasos de plantas com areia;
- Limpe com escova ou bucha os potes de água para animais;
- Retire água acumulada na área de serviço, atrás da máquina de lavar roupa.
Áreas externas das casas/condomínio:
- Cubra e realize manutenção periódica de áreas de piscinas e de hidromassagem;
- Limpe ralos e canaletas externas;
- Atenção com bromélia, babosa e outras plantas que podem acumular água;
- Deixe lonas usadas para cobrir objetos bem esticadas, para evitar formação de poças d’água;
- Verifique instalações de salão de festas, banheiros e copa.
Autor: Erick Balbino