Dia do Palhaço: A arte de fazer sorrir
“Respeitável público, o espetáculo vai começar”. Assim costumam ser as aberturas dos espetáculos circenses, e então a magia toma conta do picadeiro. Malabarismo, perna de pau, tecido acrobático, monociclo… uma a uma as apresentações vão sendo realizadas.
Mas, uma das atrações mais esperadas é sempre o Palhaço. Ele que tem o dom de fazer sorrir, ele que leva alegria aos corações. Crianças, adultos, idosos… quem nunca deu boas gargalhadas graças a esses artistas?!
Com as caras pintadas, roupas folgadas e coloridas, sapatos grandes e nariz vermelho, eles conquistam o público com sua arte brincante. Mais do que uma brincadeira cheia de graça, fazer palhaçadas é um dos trabalhos mais bonitos, antigos e animados que existe.
E por toda a importância que eles têm, no dia 10 de dezembro é celebrado o Dia Universal do Palhaço. E essa profissão, valorizada em todo o mundo, tem destaque especial em Arapiraca, afinal é aqui onde fica o IV Centro de Apoio às Escolas em Tempo Integral (Caeti-IV)– Teófanes Silveira, mais conhecido como Escola de Circo do Biribinha.
O Caeti-IV, que atende às crianças da Rede Municipal de Ensino no contraturno das aulas, leva o nome dele Patrimônio Vivo da Cultura Alagoana e mestre das Artes Circenses, Teófanes Silveira. Com 61 anos de carreira, ele chegou ao topo do escalão circense no País, recebeu vários prêmios e homenagens e se tornou referência para inúmeros atores e aspirantes no picadeiro.
O Palhaço Birinha surgiu em 1958, quando Teófanes tinha 7 anos. Seu pai, o Palhaço Biriba, pintou seu rosto, o vestiu e ensinou umas piadas. Mandou que o menino entrasse no picadeiro, ma ele se recusou. O pai então, deu um “empurrãozinho” e Teófanes entrou aos tombos, parou no meio do palco. Olhos estatelados e petrificados, nervoso, começou a suar e maquiagem a derreter, borrando as cores. A plateia sorria…e Biribinha chorava! Quanto mais ele chorava, mais a plateia sorria…e foi assim que começou a sua carreira, há 61 anos.
Natural da Bahia, radicado em Arapiraca, Teófanes, já viajou pelos principais festivais de teatro e circo do Brasil e do mundo. A Companhia Teatral Turma do Biribinha, onde ele se apresenta junto com a família, leva tradição e a essência da arte circense por onde passa. Os filhos, seguem os passos artísticos do pai e do avô.
Há um ano, os irmãos Nelson e Teófanes Silveira, conhecidos como Nelsinho e Palhaço Mixuruca, venceram o reality Fábrica de Talentos, exibido pela Multishow, com o espetáculo “Nó em pingo d’água”.
A filha, Helga Silveira, é a Coordenadora da Escola de Circo, que funciona no Bosque das Arapiracas e é mantido pela prefeitura do município. “Circo é cultura e o Circo do Biribinha simboliza a cultura arapiraquense. Cultura também é educação e a secretaria de Educação tem a Escola de Circo como âncora nesse processo de transformação na vida dessa juventude”, disse o Prefeito Rogério Teófilo.
A escola beneficia crianças e adolescentes de 7 a 14 anos. Um dos mais velhos da trupe, Dherick Lira ou Palhaço Tapioca, está na escola há 4 anos e atualmente ganha dinheiro animando festas infantis. “Eu me identifiquei com a arte da palhaçaria. Levar alegria, fazer as pessoas rirem é a melhor coisa que eu posso fazer com a minha vida. E eu sou muito feliz fazendo isso”, explicou.
Para Teófanes, contribuir para que novos talentos sejam revelados é uma grande satisfação. “Eu vim para a terra com uma missão que Deus me deu, ser palhaço. É isso que eu faço e quando eu vejo essa arte sendo aliada à educação das crianças, eu vejo que estamos no caminho certo. Grandes talentos das artes cênicas saíram das comunidades mais humildes e aqui nós temos muitos talentos sendo lapidados”, conclui o artista.
Autor: Priscila Anacleto