Saudade é sentimento frequente para os arapiraquenses que resolveram desbravar o mundo
Mário Quintana, poeta brasileiro, disse uma vez que a saudade é o que faz as coisas pararem no tempo. A palavra, que só existe na língua portuguesa, é tão forte que tradução nenhuma conseguiria expressar o que só o fundo do coração reconhece.
Deixar amigos, família e planos para trás em busca de novas oportunidades não é tarefa fácil para ninguém. A história que vamos contar hoje é exatamente sobre isso: amor e saudade, e quem a protagoniza é a jornalista, e arapiraquense de coração, Glória Damasceno.
Dezembro de 2016, o mundo se preparando para o Natal e Glorinha, título dado a ela por amor, com o coração e a mala cheios, para a maior mudança de sua vida: novo país, novo idioma e novos planos. Atualmente ela mora em Chicago, nos Estados Unidos.
Apesar dos quase 8 mil quilômetros que a separa do colo de quem a ama, o coração de Glorinha é cheio do calor arapiraquense, cidade onde morou durante a maior parte de sua vida.
“Quase todo mundo, senão todo mundo, pensa que eu nasci em alguma maternidade de Arapiraca, e portanto seria arapiraquense de berço, mas não. Sou arapiraquense de coração, porque escolhi essa cidade e ela também me escolheu por vias do destino — esse que não sei ao certo quem conduze quem”, disse ela.
Foi em Arapiraca onde a jornalista aprendeu a amar e a buscar os sonhos. “Muitos dos meus melhores amigos e inesquecíveis anos (parte do ensino fundamental, ensino médio e uma temporada da então Glorinha formada em jornalismo), eu vivi nessa cidade. Foi lindo aos montes”, continuou ela.
Sobre saudade, Glorinha diz ser um sentimento eternamente presente, que não larga. “Sou uma pessoa essencialmente nostálgica. Por mais ‘pássaro livre´que eu seja, por mais felicidades que eu tenha encontrado aqui em Chicago, há pessoas e coisas – outras felicidades portanto – que não vingam nessas terras”, disse.
Arapiraca é uma terra de acolhimento, amor. E é seu povo o principal diferencial. Quando indagada sobre suas maiores memórias de Arapiraca, Glorinha foi enfática ao responder que a maior parte está ligada às pessoas.
“Lugar diz muito respeito às pessoas, então pra mim quando se fala em Arapiraca, imediatamente me vem à memória a escola onde estudei, onde vivi as infinitamente melhores horas da minha adolescência, muito em função do material humano extraordinário que me envolveu”, concluiu.
No próximo dia 30 de outubro, Arapiraca completa 95 anos de Emancipação Política, dando oportunidade de vida, formando e desenvolvendo milhares de pessoas. Glorinha foi uma dessas, que começou a desbravar o mundo neste pequeno pedaço de terra que fica no coração de Alagoas.
“A essa mãezona quase centenária, eu desejo longevidade. Cem anos me parece pouco para quem tem tanta vida a dar”, finalizou.