Arapiraca 95 anos: história de amor e saudade de quem mora longe da terra natal
(Foto: Lucas Ferreira)
Do Rio de Janeiro, uma arapiraquense de coração e naturalidade conta a sua história de amor à terra natal. As razões da mudança e o que mais sente falta da vida na capital do Agreste.
Rosa Maria Calegário de Oliveira, de 54 anos, nascida no sítio Bom-nome, zona rural do Município, é filha de Manoel Antônio Sobrinho (in memorian) e Maria Guilhermina de Oliveira (in memorian), produtores rurais e fumicultores na conhecida “Terra do Fumo”.
Com saudade e nostalgia, Rosa Maria analisa Arapiraca do ponto de vista de quem mora fora. Aos 17 anos partiu para o Rio de Janeiro, deixando os seus pais, oito irmãos, familiares e amigos, em busca de novos sonhos, estabilidade financeira e emocional.
“Há 37 anos estou fora da minha terra. Na época que sai de Arapiraca, eu era muito jovem, mas já sonhava com novas oportunidades, que naquele período a cidade não poderia me ofertar. Foi quando aceitei o convite de um dos meus irmãos para morar no Rio de Janeiro. Lá, eu conclui os meus estudos na área de Patologia Clínica e construí a minha família. Mas a sensação é sempre a de saudade da minha terra”, afirma Rosa Maria.
Apesar de ter escolhido construir um nova história em outro estado, Rosa Maria declara o seu orgulho por Arapiraca, que para ela se tornou um lugar próspero e de oportunidades. Por isso, de longe, ela comemora as conquistas da sua terra natal, em diversos setores, principalmente no educacional.
“As recordações da cidade, da família e dos amigos são uma riqueza para mim. E a saudade de tudo que vivi me faz perceber que a distância ajuda a intensificar sentimentos e fazer com quem a gente valorize ainda mais a nossa origem”, declara.
Rosa Maria comenta que, a cada visita a Arapiraca, alimenta o sonho voltar a morar na cidade. “Além de achar Arapiraca um município próspero, o sentimento que guardo com carinho desse lugar motivam a minha ideia de voltar. São recordações de tudo, dos momentos de alegria com meus irmãos e das caminhadas na cidade. Ainda guardo a memória de aromas e sabores, que só encontro lá, a exemplo da tapioca de coco e da rapadura. A minha identidade cultural é sem dúvidas de Arapiraca, do Nordeste”, destaca.
A história de Rosa, que fala de mudança, novas oportunidades, saudade e orgulho da sua cidade natal é semelhante a de tantas outras pessoas que deixam Arapiraca e constroem uma nova vida em novos lugares, mas alimentam o sonho de retornar.
Mesmo longe, a cultura Nordestina é mantida (Rosa Maria e sua família na Feira de São Cristovão no Rio de Janeiro)(Fotos: Arquivo Pessoal de Rosa Maria)