Exposição “A Expressão de Cada Um” traz novo olhar em Arapiraca
Mostra fica na Casa da Cultura até dia 20 de outubro (Foto: Breno Airan)
“Um artista em acensão. De traço firme como se estivesse escrevendo, tamanha sua virtuosidade”.
Essas são as palavras que se emendam ao trabalho laboral do artista plástico e desenhista arapiraquense Jean Marcelo.
As palavras são do também artista plástico Renan Padilha, que assina a curadoria da mostra que acabou de abrir na Casa da Cultura, na Praça Luís Pereira Lima, Centro de Arapiraca.
Curador Renan Padilha enalteceu o trabalho em crescente transformação do artista (Foto: Breno Airan)
A exposição “A Expressão de Cada Um”, ilustram o que se pode ver nos rostos do cotidiano.
“Eu simplesmente me inspiro na vida, no dia a dia, nas pessoas. Essa é a minha fonte”, diz Jean, que nestas obras trouxe técnicas mistas com lápis dermatográfico e colagem.
VEJA O CATÁLOGO DIGITAL DA EXPOSIÇÃO AQUI
Jean Marcelo está realizando a sua segunda exposição (Foto: Breno Airan)
Há grande influência do Expressionismo alemão, onde dor, angústia, doçura e a condição humana se misturam nas texturas em preto e branco apresentadas nos desenhos.
“Como disse Renan, ele é um artista que segue crescendo, segue aprendendo. Esse é o grande trunfo de alguém: continuar aprimorando o que já se faz tão bem. E a Casa da Cultura proporciona e configura esse espaço de busca pessoal e expositiva”, comenta a secretária Municipal de Cultura, Lazer e Juventude, Rosângela Carvalho.
Obras instigam a reflexão imediata do que se vê (Foto: Breno Airan)
Além dela, na abertura, ocorrida nesta quarta-feira (25), esteve a secretária Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Zélia Azevedo, representando o prefeito Rogério Teófilo.
A exposição “A Expressão de Cada Um” fica aberta ao público na Casa da Cultura até o próximo dia 20 de outubro.
CONFIRA O TEXTO DA MOSTRA DE JEAN MARCELO
A Voz Estampada
São muitos os “-ismos” estéticos. Do naturalismo ao dadá. Do realismo ao surreal. Do expressionismo ao abstrato. Do ponto xis ao desconhecido.
Dentro dessa perspectiva, há sempre um olho que vê e que ressignifica as coisas ao redor, a partir do que se tem dentro de si.
Quando histórias são contadas com este mesmo olhar, com esta mesma expressão de deslumbramento ou inércia do mundo, cabe ao espectador-vivente em frente à tela dar sentido ao que se vê.
Isso se traduz nas obras do artista plástico e desenhista Jean Marcelo, que utiliza técnicas mistas, trazendo o lápis dermatográfico e a colagem (com tecido e plástico) para o prelo dos sentimentos cotidianos.
Suas influências transitam por Käthe Kollwittz, Lasar Segall, Henri Matisse e Tarsila do Amaral.
São rostos que dizem sem dizer palavra. Rostos desconhecidos, repletos de “ex-pressões”. Pressões que se vão a partir do retrato falado de quem nunca se foi.
Por isso, essa mostra “A Expressão de Cada Um” se conecta com todos nós. Por isso, o que está do lado de fora espelha o que temos no mais íntimo interior.
Como disse o guru distópico Aldous Huxley, a revolução verdadeiramente revolucionária do homem e da mulher não será realizada no mundo exterior, mas, sim, na alma e em sua própria carne. Na sua própria face.
(Fotos da galeria: Breno Airan)
Autor: Breno Airan