18 de janeiro de 2019

Manchas na pele e diminuição de sensibilidade são aspectos da hanseníase

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Karlisson Valeriano, médico da família, chama atenção para a identificação  precoce  e cura da doença

(Foto: Samuel Alves)

A orientação é simples. No caso de perceber o aparecimento de manchas, em qualquer parte do corpo, e principalmente se a área apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque, características da hanseníase,  a pessoa deve procurar o serviço médico.

Em Arapiraca, cidade referência no tratamento da doença, o serviço é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA). “A doença tem cura. Mas se não for devidamente tratada pode causar  incapacidades físicas”, explica Karlisson Valeriano, médico da família, que atua no Programa de Hanseníase da Prefeitura de Arapiraca.

A doença

Hanseníase – é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo bacilo de Hansen (Mycobacteruium leprae), conhecida no passado com o nome de Lepra, e pode atingir homens e mulheres de todas as faixas etárias. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente o Brasil ocupa o segundo lugar a apresentar mais casos da doença. Anualmente são registrados perto de 30 mil casos. A transmissão acontece principalmente pelas secreções das vias superiores e por gotículas de salivas (secreções nasais, tosses, espirros) de  uma pessoa doente que não esteja em tratamento.

Sintomas – O primeiro e principal sintoma é o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos. Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. E quando lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa dormência e perda de tônus muscular na área. Podem aparecer caroços, inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos e também pode haver alteração na musculatura esquelética causando deformidades nos membros.

Diagnóstico  – O diagnóstico é feito na UBS. E para que ele seja preciso, o atendimento começa com avaliação clínica, uma conversa aprofundada com o paciente, aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora e de exames laboratoriais. A partir da conclusão do laudo, é iniciado um tratamento com antibióticos, que é  fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Contágio – A transmissão da hanseníase acontece quando uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros). O contato direto e prolongado  com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumentam as chances do contágio. Por isso, no caso de diagnóstico positivo, as pessoas que moram na mesma casa devem ser examinadas.

Tratamento – O tempo do tratamento é  variável, de acordo com o estágio da doença, em torno de seis meses a mais de um ano. Vale ressaltar que a hanseníase tem cura, desde que o paciente não interrompa o tratamento. A partir da primeira dose do medicamento é anulado o bacilo transmissor.

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