Superintendência da Mulher participa do projeto Diversifica da AeC
Teve em Juazeiro, no estado do Ceará, e agora em Arapiraca. A próxima cidade será Campina Grande, na Paraíba. Mas o importante é que a Capital do Agreste foi a segunda cidade do Brasil a receber o projeto Abertamente da empresa de call center AeC.
Ele teve inicio através do Diversifica, que tem o objetivo de falar, para você lésbica, transexual, mulher, mãe solteira, homem, etc, que ser diferente é legal e sua escolha deve ser respeitada. “Vamos conversar para abrir as nossas mentes e compartilhar dores, dificuldades e desafios”, sugeriu a gerente do jurídico corporativo da empresa, Flávia.
Como a empresa, em Arapiraca, conta com 1895 mulheres no seu quadro de funcionários, o que representa mais de 60%, o tema escolhido para dar o pontapé inicial não poderia ser outro: violência contra a mulher.
No Brasil, apesar das mulheres estudarem mais que os homens e terem uma renda que cresce mas rápido que a deles, somos o 5º país do mundo onde as mulheres mais são violentadas, seja física, moral, psicológica, patrimonial e econômica ou sexualmente. Para se ter uma ideia, a cada 7 segundos uma mulher é vitima de violência física e a taxa de feminicídio em Alagoas é a maior dos estados do Nordeste.
“Se você não é vítima, pode ter certeza que alguém próximo a você é, precisando assim exercermos a sororidade”, afirmou Flávia. “Nada mais é que uma aliança entre as mulheres baseada na empatia e companheirismo, em busca de alcançar objetivos em comum”, explicou.
Para falar sobre o assunto, a Prefeitura de Arapiraca foi convidada. A advogada Márcia Acioly e a psicóloga Marcela Souza, que trabalham no Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv), órgão ligado a Superintendência da Mulher, da secretaria de Assistência Social e Políticas para a Mulher, falaram sobre os tipos de violência, sobre a Lei Maria da Penha – que no dia 7 de agosto completa 12 anos – e sobre violências recorrentes no ambiente de trabalho.
“Vocês conhecem o colega silencioso?”, questionou Márcia. “É aquele que exige favores sexuais para não prejudicar a situação profissional da colega de trabalho, ou aquele que pratica o assédio maternal, levando a mulher a se sentir desconfortável por conta da gravidez, nascimento do filho ou problema de saúde relacionado”, detalhou a advogada.
De acordo com a profissional, o colega silencioso ainda comete abuso psicológico. “Grita, faz gestos obscenos, conta piadas de mal gosto, interrompe a fala, desacredita da capacidade da mulher, entre outras coisas”, falou.
Com um trabalho multidisciplinar, o Cramsv acolhe, orienta e monitora essa mulher vítima de violência, seja no ambiente de trabalho, seja no ambiente familiar ou doméstico. O espaço atende de segunda a sexta-feira, das 8 às 14h, e funciona na Rua Padra Jeferson de Carvalho, número 198, bairro Alto do Cruzeiro.
Mais informações, através dos números 3539-4017 e no 99991-2443.