Dedicação da mãe é fundamental para resultado do Programa Criança Feliz
José Vânio, 2 anos e 5 meses, estava na porta da casa de sua bisavó, no bairro Planalto, em Arapiraca, esperando a equipe de reportagem chegar. Bem agitado, ele mandou logo um “ok” com a mão quando ainda estávamos estacionando o carro. Filho único de Maria Sttefanny de Farias Lima, 21 anos, ele é acompanhado pelo Programa Criança Feliz há cinco meses.
Quem vê, pensa que Vaninho, como é conhecido, sempre foi assim, comunicativo. Na verdade, muito pelo contrário. Ele tinha muita dificuldade com a linguagem, era bem inibido e não interagia nem com a visitadora, a estudante de pedagogia, Sineide Barros. A evolução da criança foi rápida, mas muito pela dedicação e presença da mãe, que sempre reproduz as atividades educativas apresentadas pela equipe do Programa.
“O vínculo entre mãe e filho é muito forte e por conta disso o desenvolvimento da criança se torna mais fácil. Sttefanny entende totalmente a necessidade do José Vânio”, comentou a supervisora do território 3 e psicopedagoga, Millena Ferreira. Ela mencionou que a mãe sempre pesquisa na internet atividades que trabalhem o desenvolvimento cognitivo, motor e a linguagem do filho, tanto que hoje em dia tudo que ouve, Vaninho repete.
Para quem era considerado mudo, o resultado está sendo surpreendente. “Ele não falava nada, não sabia chamar meu nome, nem os das tias, apenas balbuciava”, relatou a jovem mãe. “Eu estava preocupada, algumas pessoas até achavam que ele era mudo, mas, na verdade, faltava estímulo”, reconheceu.
Sttefanny disse que além dos jogos educativos – como o carro feito com rolos de papel higiênico, o qual ela reproduziu a partir de um vídeo que assistiu na internet – através do Criança Feliz ela mudou a sua postura com o filho. “Quando ele aponta para os objetos, eu incentivo que ele fale o nome de cada um, peço que guarde os seus brinquedos, enfim, eu sempre dou alguma tarefa para ele”, contou.
“Essas tarefas precisam ser de acordo com a faixa etária da criança, mas mostram a ela sua autonomia e independência”, completou a visitadora. Sineide também comentou que é importante que se determinada atividade se tornar simples, alterá-la. “Sempre tem que existir uma certa dificuldade”, disse a estagiária do Criança Feliz.
Com cinco meses de acompanhamento, Vaninho não só mudou seu comportamento, como ganhou um nome coleguinha, o Artórios, filho da visitadora. “Ele, que antes estranhava, hoje identifica a Sineide, sua casa e toda sua família”, comemorou a mãe.