“Violência à mulher deixa marcas físicas e mentais nas vítimas”, diz psicóloga do CRAMSV
Bater ou ofender não é sinônimo de amor. É sinônimo de violência. Se você é mulher e está lendo essa matéria, nesse caso a frase que diz que “a esperança é a última que morre” não vale. A crença de que o seu parceiro vai mudar não deve existir, senão você vai viver por muitos anos ou para sempre nesse cenário de violência. Buquê de flores ou uma viagem de lua de mel não podem apagar os xingamentos e surras das quais você foi vítima.
Se você se identificou com a narração acima, sugiro procurar o Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV) da Secretaria Municipal de Assistência Social e Políticas para a Mulher. O espaço oferece serviços psicológicos, sociais e jurídicos visando promover a ruptura da situação de violência contribuindo para o fortalecimento da mulher e o resgate de sua autoestima.
Neste Mês da Mulher, conversamos com a psicóloga do CRAMSV, Marcela Souza Ribeiro, que explicou que existem cinco tipos de violência: psicológica, sexual, física, patrimonial e moral. De acordo com um levantamento dos atendimentos realizados no ano de 2017, as que ocorrem com mais frequência são a física e a psicológica, entre mulheres de 18 a 24 anos, geralmente cometidas por ex-companheiros.
Marcela descreveu as três fases da violência. “A primeira é a da explosão, com xingamentos e surras. Depois vem a do arrependimento, com pedidos de desculpas e promessa do fim da violência. E por fim a lua de mel, onde tudo fica perfeito, mas até uma nova agressão”, explicou.
“A violência doméstica e familiar acontece no mundo todo independentemente de classe social. O agressor humilha a mulher, xinga, ameaça, intimida, controla todos os seus passos, deixando a vítima confusa”, disse Marcela. “Apesar de muitas explosões de violência não deixarem marcas físicas evidentes, elas prejudicam a saúde mental da vítima”, alertou.
A psicóloga reconheceu que romper com o ciclo da violência é difícil, principalmente por estar associado a dependência emocional e econômica, mas silenciar não é a melhor escolha, nunca. “Os episódios começam sutis e vão agravando, e a tendência é aumentar cada vez mais se a mulher não der um basta no primeiro”, afirmou.