8 de março de 2018

CRAMSV atua no fortalecimento de mulheres vítimas de violência doméstica

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As marcas da violência física podem não ser mais visíveis. Mas os lábios trêmulos, o movimento nervoso das mãos, o olhar assustado e as lágrimas indicam que a mulher carrega as dores na alma. Causadas pela violência psicológica provocada por seu companheiro, a quem ela chamava de amor.

Esta é a triste realidade vivida por mulheres em todo o mundo, inclusive em Arapiraca. Relatos de casos assim são comuns nos encontros do Grupo Bem Me Quer, formado por mulheres assistidas no Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (CRAMSV), órgão municipal vinculado à Secretaria de Assistência Social e Políticas para a Mulher.

Nos encontros, que reúnem mulheres que sofrem ou sofreram algum tipo de violência doméstica, além dos relatos de sofrimento, exemplos de superação provam que é possível mudar a história. Apoio, fortalecimento e recomeço são palavras empregadas na maioria das falas das mulheres que participam do grupo, quando descrevem a importância do serviço do CRAMSV em suas vidas.

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Superação

Casada há 25 anos, a agricultora Maria Selma, 43, moradora da zona rural de Arapiraca, é uma das mulheres assistidas pelo CRAMSV. Com sorriso, ela conta a sua história de superação, marcada por anos de violência e o recomeço de uma vida nova.

“Os meus 10 primeiros anos de casada foram felizes. Depois desse tempo, o meu marido, que passou a abusar do uso do álcool, começou a me violentar física e moralmente. Vivi dias e noites de terror. Os nossos filhos que me defendiam. Até que um dia, uma vizinha o denunciou. Depois disso, eu conheci o trabalho do CRAMSV e passei a ser atendida por toda a equipe. Esse apoio foi um marco na minha vida. Há dois anos eu vivo uma relação baseada em conversa, repeito e sem maus tratos. O meu marido, que faz tratamento para vencer o vício, sabe que eu não admito mais violência”, declarou.

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CRAMSV

O CRAMSV funciona com uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais das áreas de psicologia, assistência social e jurídica. O atendimento é realizado de segunda à sexta-feira, das 8h às 14h. E atua no acolhimento a mulheres que sofrem algum tipo de violência física, moral, psicológica, patrimonial ou sexual. O objetivo é oferecer bem-estar, proteção, informação, elevar a autoestima e desenvolver a autonomia dessas mulheres.

“O Centro de Referência não é um órgão punitivo. Essa função é do Ministério Público. Aqui, o nosso trabalho é acolher, orientar, fortalecer e empoderar, para que a mulher agredida possa sair dessa situação de violência, possibilitando o recomeço de uma vida nova”, destacou Valéria Montoni.