2 de fevereiro de 2018

Serviço de Atendimento Domiciliar melhora a qualidade de vida de pacientes e cuidadores

Atualmente, há 70 pacientes cadastrados no Serviço de Atendimento Domiciliar no município

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As cirurgiãs dentistas Veugva Dionizio e Paulla Valéria em atendimento domiciliar

Registro no prontuário dos pacientes: raspagem e limpeza dental. O procedimento,  que é considerado simples, ganha status de complexo quando se trata de atendimento a pacientes acamados com traumas, que precisam de cuidados especiais. Como são os casos acompanhados pela equipe de reportagem, em um dos dias de trabalho do Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), em Arapiraca.

Com sorrisos, a assistente social do SAD, Núzia Correia, e as cirurgiãs-dentistas  Veugva Dionízio e Paulla Valéria Menezes, são recebidas  pelas famílias Almeida, do povoado Pau D’Arco, e Santos, do bairro Verdes Campos. O motivo da felicidade fica claro, quando se acompanha os atendimentos e escuta os relatos de vida dos pacientes e de seus cuidadores.

As famílias não se conhecem, mas as histórias se cruzam na lista de atendimentos do SAD. Além do carinho e gratidão expressos, há um sentimento que parece envolver e é responsável por alimentar essas histórias: o AMOR. Assim mesmo, destacado, para indicar o quanto é grande, forte e essencial nas vidas de quem cuida e de quem recebe os cuidados.

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Betânia Almeida considera o Serviço de Atendimento Domiciliar um milagre

“É a melhor coisa do mundo. Um milagre em nossas vidas”. Assim descreve o Serviço de Atendimento Domiciliar, a agricultora Betânia Almeida dos Santos, 39 anos, mãe de um menino de 7 anos, filho único, que desde os dois, quando foi diagnosticado com paralisia cerebral, depende de atenção médica constante e cuidados especiais.  E pela primeira vez recebeu o atendimento odontológico em casa.

Ela explica que mudou a rotina da sua vida, desde o dia do acidente com o seu filho, vítima de afogamento, com quem mora sozinha. Por isso precisou deixar de trabalhar para se dedicar exclusivamente à criança. Mas que, há três anos, quando começou a receber a equipe do SAD em sua casa, viu a qualidade de vida dos dois melhorar. Um dos fatores apontados por ela é a redução das intercorrências hospitalares.

“Uma das minhas alegrias é poder ficar mais tempo com o meu filho e em casa. Antes, todo mês tinha mais de uma internação. E isso sacrificava a mim e a ele, que chegou a quebrar braço e perna, durante as locomoções. No próximo mês de maio já vai fazer um ano sem hospital.  Além disso, o serviço possibilitou uma economia, tanto do tempo, quanto do dinheiro. Para chegar até o hospital, pegamos dois ônibus. Agora, a equipe de saúde vem até aqui atender o meu filho. É um milagre”, declarou  Betânia Almeida dos Santos.

O filho da agricultora faz parte da lista de 70 usuários do SAD. Assim como a filha da assistente administrativa Isabel Maria dos Santos, que aos 20 anos foi diagnosticada com traumatismo cranioencefálico grave, em decorrência de queda de altura, que ocasionou em tetraplegia, paralisia que afeta as extremidades superiores e inferiores, juntamente à musculatura do tronco.

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Família recebe orientações sobre procedimentos e cuidados, durante atendimento domiciliar

A paciente, que hoje tem 23 anos,  pode até não falar e se mover, mas a sua expressão facial, o olhar e o sorriso dizem muito para a equipe de profissionais que realiza os atendimentos e, principalmente,  para a sua mãe, que aprendeu a se corresponder com a filha  através dessa linguagem.

“O sentimento é mesmo de gratidão à equipe do SAD, que desde a saída da minha filha do hospital vem prestando todo apoio e nos dando segurança. São visitas semanais dos profissionais, que além do atendimento, orientam sobre os cuidados, procedimentos e encaminhamento para benefício. Para nós, é um serviço essencial, que possibilita um quadro de melhora e também renova as esperanças”, declarou Isabel Maria dos Santos, que ainda destaca o apoio que recebe grupo terapêutico  “Cuidando de quem cuida de mim”, que dá suporte psicológico e social aos cuidadores.

O fisioterapeuta Leonardo Novaes, coordenador do SAD, explica que o atendimento odontológico ainda não integra a equipe do  serviço. Mas que a parceria com as dentistas  do município possibilitam esses atendimentos, com o aval da Secretaria Municipal da Saúde.  A cirurgiã-dentista Veugva Dionízio comenta que, a cada atendimento, a equipe recebe lições de vida. Sendo o amor, a maior delas.

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Leonardo Novaes, coordenador do SAD, em atividade com grupo terapêutico e cuidadores

SAD – É destinado aos pacientes que são encaminhados ao programa “Melhor em Casa”,  na fase de desospitalização, que é quando o próprio hospital dá alta e orienta o acompanhamento pelo SAD; através das Unidades de Saúde ou quando a própria família procura ajuda na sede do Serviço de Atenção Domiciliar, que fica na Avenida Santos Dumont, 416, no bairro Baixão.

Cada paciente é atendido por uma Equipe Multiprofissional de Atenção Domiciliar (Emad), por fisioterapeuta, técnico de enfermagem, médico e enfermeiro, e pela Equipe Multiprofissional de Apoio (Emap), que conta com assistente social, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta.