28 de fevereiro de 2018

Alunos surdos da Rede Municipal encerram ano letivo com apresentação artística

Se engana quem acha que os surdos não cantam e dançam. Muito pelo contrário. Os da Rede Municipal de Ensino de Arapiraca que fazem acompanhamento no Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez até balé dançam. E toda essa desenvoltura pôde ser comprovada durante uma apresentação artística na tarde desta quarta-feira (28), no Ginásio João Paulo II, com a presença da vice-prefeita Fabiana Pessoa representando a prefeitura de Arapiraca.

Foto: Lucas Ferreira

Foto: Lucas Ferreira

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O temo da apresentação foi Respeito à Diversidade. Foto: Lucas Ferreira

De acordo com a professora e diretora do CAS, Nadja Barbosa, o tema Respeito à Diversidade, escolhido para encerrar o ano letivo 2017, não foi definido à toa, mas em virtude dos próprios portadores de deficiência auditiva acharem que não são capazes de aprender e ter sucesso na vida, pelo simples fato de não escutarem.

“Não é uma deficiência que te faz melhor ou pior que ninguém, todos são iguais e para viver em harmonia na sociedade é necessário aprender primeiro a se respeitar e se valorizar”, disse Nadja. “Então resolvemos trabalhar com artes para melhorar a autoestima deles e deixar que eles próprios percebessem como são inteligentes”, concluiu.

Jaciele Cirilo, que é instrutora da Oficina em Libras, disse que colocar Libras no contexto diário é muito importante também para melhorar a coordenação motora e o convívio. “A maioria dos surdos, por se sentirem excluídos, são tímidos, então a gente desenvolveu esse grupo de canto e dança para que eles trabalhando no coletivo deixem a timidez de lado”, explicou satisfeita.

Equipe do CAS, mães, bailarinas e a vice-prefeita. Foto: Lucas Ferreira

Equipe do CAS, mães, bailarinas e a vice-prefeita. Foto: Lucas Ferreira

Sônia é mãe da jovem Williane. Foto: Lucas Ferreira

Sônia é mãe da jovem Williane. Foto: Lucas Ferreira

E o grupo realmente ajudou. Não só os alunos, como os pais. Sônia, mãe da Williane, disse que tinha dificuldade de se relacionar com a filha em casa e que só passou a compreender o mundo da jovem quando entrou no CAS. “Foi a melhor coisa da minha vida, me faltam palavras para o tamanho do meu agradecimento”, reconheceu.

Muitos acham que os surdos vivem em silêncio, enquanto eles gritam por dentro. Se você se esforçar para escutá-los, à maneira deles, vai se emocionar e se surpreender com o que eles têm a dizer. Na apresentação desta quarta foi isso que aconteceu, os presentes se permitiram e foram levados a um mundo de encantamento e muito amor.

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