Programa Criança Feliz garante o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 6 anos
“É muito importante os cuidados e estímulos às crianças na primeira infância, que é o alicerce da vida adulta”, afirmou a especialista em Desenvolvimento na Primeira Infância, Gineide Castro.
O Programa Criança Feliz, destinado para gestantes e crianças até os seis anos de idade, está em pleno funcionamento em quatro territórios de Arapiraca. O objetivo é estimular a criança; trabalhar o vínculo afetivo entre a criança e a família, principalmente com o adulto cuidador; e levar intervenções do desenvolvimento pleno da criança e conhecimento para a mãe identificar sinais de alerta, sejam eles físicos, intelectuais, cognitivos e/ou emocionais.
Os bairros atendidos na capital do Agreste são aqueles cujas localidades possuem maior concentração de crianças com idade correspondente ao programa e a seleção considerou, ainda, a situação de vulnerabilidade social. São eles: Planalto, Canafístula, Frei Damião, Riacho Seco, Manoel Teles, Mangabeira, Caititus, Brasiliana, Olho d’Água dos Cazuzinhas e Brisa do Lago.
Para exemplificar, a professora e especialista no Desenvolvimento na Primeira Infância (DPI), Gineide Castro, comparou o Brasil aos Estados Unidos. “Lá fora uma criança é diagnosticada com autismo no seu primeiro ano de vida, enquanto que no Brasil só no quarto ou quinto ano”, lamentou. O Criança Feliz surge justamente dessa fragilidade. “É muito importante os cuidados e estímulos às crianças na primeira infância, que é o alicerce da vida adulta”, completou Gineide.
O Programa
Financiado pelo Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social, o programa é dividido em três etapas, sendo a primeira e a segunda, prioritárias: gestantes, crianças até três anos (2 anos, 11 meses e 29 dias) e crianças de quatro a seis anos que tenham o Benefício da Prestação Continuada (BPC) – direcionado às crianças portadoras de alguma deficiência.
Cadastrada no Programa, a família garante uma visita mensal para a gestante, semanal para criança até três anos e quinzenal para a de quatro a seis anos. Essas visitas são realizadas pelos bolsistas dos cursos de Serviço Social ou Pedagogia, que foram devidamente capacitados pela metodologia do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). A cada três meses do desenvolvimento da criança, os bolsistas respondem um questionário com a caracterização do paciente e, a depender do resultado, são feitas intervenções nos sinais de alerta detectados.
Com 150 famílias cadastradas, o município de Arapiraca, através da Secretaria de Assistência Social e Políticas para a Mulher, pretende atingir o número máximo de vagas, que é 800, mas com cautela, visto que a inserção não é compulsória. “A família precisa aceitar o convite e querer fazer parte do projeto”, disse Gineide.
Como a Rosana Lopes Bonfim, que foi convidada por uma agente de saúde para conhecer o Criança Feliz e adorou. Grávida pela segunda vez, agora de um menino, o Nislan Kaique, a moradora do Planalto disse estar se sentindo mais segura. “Tem sinais que são óbvios, mas muitas vezes, por falta de informação, não conseguimos associar a nenhum problema, então agora estou segura por estar sendo acompanhada por um profissional que está mais atento e capacitado do que eu”, afirmou.
Para finalizar, Gineide fez um alerta: “as pesquisas em neurologia mostram que a primeira infância é um período fundamental no desenvolvimento cerebral”. Fica a dica!