5 de dezembro de 2017

Município alerta jovens para a importância da imunização contra HPV

Dados da Secretaria Municipal da Saúde indicam baixa procura dos jovens pela vacina contra HPV

VACINA-HPVOs números da imunização contra o Papilomavírus Humano (HPV) registrados este ano, em Arapiraca, superaram os de 2016. Mas o índice ainda é considerado baixo para o município. Um outro detalhe que chama a atenção é a descontinuidade do esquema de imunização, que deve ser completado com duas doses da vacina.

Em 2016, a Secretaria Municipal de Saúde registrou a aplicação da primeira dose da vacina em 2.006 meninas. Já a segunda dose, o total foi de 1.725, representando um percentual de 86%.  Até novembro deste ano foram imunizadas  2.092 meninas (1ª dose) e 1.841 (2ª dose), um total de 88%.  Já os meninos, que somente a partir deste ano entraram no grupo dos aptos a receber a vacina, somaram os seguintes números: 3.455 (1ª dose) e  582 (2ª dose), com alcance de apenas 16,85%.

Segundo Adriana Duarte, coordenadora Municipal do Programa Nacional de Imunização, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Arapiraca estão abastecidas com estoque da vacina contra HPV, mas a baixa procura, principalmente pela segunda dose, é preocupante.

“Os jovens precisam entender a importância da imunização contra o HPV. E não somente eles, mas os pais também. Entre os fatores apontados por alguns estão motivos religiosos e o pensamento de que, ao orientar os filhos a tomar a vacina estariam, indiretamente, incentivando o início da vida sexual dos filhos. O que expressa um pensamento preconceituoso, que acaba por colocar em risco a saúde de meninas e meninos, que através da vacina podem evitar a contaminação do vírus, que está associado a causas de câncer ”, alerta Adriana Duarte.

Pesquisa

De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal, divulgada no final de novembro, cerca de 54,6% dos brasileiros entre 16 e 25 anos estão infectados com o HPV. E, em 38,4% deles, tratam-se do subtipos de alto risco, associados a câncer.

HPV é a sigla em inglês dada a um grupo de vírus transmitidos sexualmente, pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem 150 tipos de HPV diferentes, sendo que 40 deles podem infectar a região anal e genital. Das 13 variedades de HPV consideradas oncogênicas (causadoras de tumor), os tipos 16 e 18 são os mais comuns — estima-se que estejam presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. A incidência desse tipo de câncer é de cerca de 500 mil casos anuais.

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Vacina

A vacina contra o HPV, disponibilizada pelo SUS, é a forma mais eficaz de prevenção.  Ela Confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal.

O foco do oferecimento são as meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14. Além desse grupo, a vacina também está disponível pelo SUS para homens e mulheres  de 9 a 26 anos, vivendo com HIV/Aids e os transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea  e pacientes oncológicos. Já na rede privada, pessoas de outras faixas etárias também podem ser vacinadas.

Doses

Meninos e meninas devem tomar duas doses da vacina HPV, com intervalo de seis meses entre elas. A definição da faixa etária para a vacinação visa a proteção antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus.

Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus.

Para os meninos, a estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e orofaringe são atribuíveis à infecção pelo HPV.