15 de dezembro de 2017

Aberto, grupo literário Leia Mulheres realiza 1º encontro nesta sexta

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O livro “Outros Jeitos de Usar a Boca”, de Rupi Kaur, será debatido (Foto: Divulgação)

A literatura é feita por muitas mãos. Mas mais parece que o que se predomina é o olhar masculino diante desse retrato artístico – o que é um bem triste.

Há inúmeras mulheres talentosas em sua vocação, que mal chegam, desta vez, às mãos do público leitor, sempre à míngua do que é imposto nas escolas, universidades, prateleiras de livrarias e listas de melhores da semana.

Pensando nisso, um grupo está se juntando em Arapiraca para realizar encontros mensais: é o Leia Mulheres, movimento mundial que inciou em 2014 com a britânica Joanna Walsh querendo dar mais visibilidade editorial ao trabalho das escritoras.

De acordo com Laura Emília Araújo, uma das organizadoras do evento que é aberto ao público, o nome infere e instiga a leitura de escritoras do sexo feminino e não necessariamente é um clube restrito para apenas mulheres participarem.

Esta primeira movimentação acontece a partir das 18h30 nesta sexta-feira (15) no Vinil Coffee Bar, ambiente alternativo recém-aberto na Rua Alan Kardec, bairro Santa Esmeralda.

“É aberto a todos. Nosso leque de alcance é amplo. Todos os amantes das letras podem participar. Na verdade, este será nosso primeiro encontro, um piloto, e vamos analisar a obra ‘Outros Jeitos de Usar a Boca’, da Rupi Kaur”, diz Laura, que tem 22 anos e é estudante de Letras na Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

Ao seu lado na organização e mediação do Leia Mulheres Arapiraca, está a também estudante de Letras da Uneal, Beatriz Rodrigues. “Vimos na revista AzMina sobre o Leia e resolvemos aplicar aqui na nossa cidade”, conta (veja aqui uma lista dos melhores livros lançados por mulheres em 2017, segundo a revista AzMina).

“O objetivo não é analisar técnica e criteriosamente uma obra, mas debater o que ela causou na pessoa que a leu. É o que vamos fazer com a Rupi. São poesias curtas e diretas. Queremos ver e ouvir as impressões de cada um diante do livro abordado no mês, como ele tocou cada leitor”, completa Laura.

Laura viu na rede social Instagram as poesias da indiana Rupi Kaur, radicada no Canadá, e se encantou com a intensidade e sinceridade de suas palavras.

“E pensei que seria perfeito para o nosso primeiro encontro por ser um livro curto e tão profundo. Apresentei à Beatriz e virou assunto nosso por muito tempo. Até umas das minhas tattoos fiz por conta de uma ilustração dela num poema”, revela. Rupi, por muito tempo, esteve no 1º lugar dos livros mais vendidos do The New York Times.

Por fim, o Leia Mulheres Arapiraca tem ainda a intenção de trazer escritoras locais para fomentar discussões e colocar à tona autoras brasileiras e latino-americanas na vitrine. Esta é só a introdução desse novo capítulo da literatura no Agreste alagoano.

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Laura Emília Araújo está por trás do Leia Mulheres Arapiraca (Foto: Cão do Mato)