Espaço Trate: atendimento humanizado que acolhe o autista e a família
O Espaço Trate é referência e um ponto de apoio para as famílias com crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)
Atendimento individualizado atende às peculiaridades do Transtorno do Espectro do Autismo
Desde que foi implantado em Arapiraca, em 2011, o Espaço Trate desenvolve um serviço pioneiro de atendimento exclusivo às crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pelo Sistema Único de Saúde. Atualmente, assiste a 64 famílias e com uma lista de espera com 14 cadastros. O número é expressivo, comparando com o início das suas atividades, com registro de oito atendimentos.
A neuropsicóloga Ana Paula Rios, umas das idealizadoras do projeto, que atualmente realiza um trabalho voluntário no Espaço, associa o aumento da demanda com o conhecimento das famílias em relação ao assunto e do serviço humanizado realizado no município, pela equipe do Trate.
“Muitas crianças apresentavam características do TEA, mas os pais não tinham conhecimento sobre o assunto. Além disso, havia poucos profissionais especializados para o diagnóstico. Sendo assim, o Trate, que desde o início se propôs a oferecer um serviço novo e humanizado, passou a ser referência e um ponto de apoio para essas famílias”, afirmou Ana Paula Rios.
Ana Paula Rios (neuropsicóloga), Vaninha Góes (psicopedagoga e diretora do Trate) e Aunea Cibelle (assistente social) integram a equipe multidisciplinar
Espaço Trate
O Espaço Trate, Centro de Reabilitação e Reintegração de Crianças com Autismo, é mantido pela prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, e atua com uma equipe multidisciplinar, que atende as especificidades do transtorno. E é composta por profissionais da psicologia, neuropsicologia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, fisioterapia, assistência social e psicopedagogia.
Para ser assistido pelo órgão, a família inscreve a criança em uma lista de espera, após o diagnóstico do transtorno, e já inicia a sua participação no encontro de pais. “Quando a criança começa a ser acompanhada pela equipe multiprofissional, com atendimento individualizado, a família recebe todas as informações e orientações. A ideia é inserir a família no processo de reabilitação”, afirmou Ana Paula Rios.
“Os encontros dos profissionais com as famílias acontecem quinzenalmente, no próprio Espaço, que fica localizado no bairro Cavaco, ao lado do Centro de Medicina Física e Reabilitação de Arapiraca (Cemfra), e dispõe de salas específicas e equipadas para cada atividade desenvolvida pela equipe multidisciplinar, que atende de segunda a sexta-feira”, explicou Vaninha Góes, gerente do Trate.
O espaço trate respeita a individualidade e elabora um plano terapêutico de acordo com as especificidades de cada criança
Entenda o TEA
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma disfunção cerebral que se reflete no desenvolvimento global e que afeta a capacidade de comunicação, a socialização e o comportamento adequado ao ambiente. As causas do transtorno ainda são estudadas. Por isso, ainda não há um medicamento específico para o seu tratamento.
Entre muitas características estão a resistência ao contato físico, a agressividade e hiperatividade. Mas, vale ressaltar que cada criança é única e as características podem variar e apresentar intensidade de acordo com o grau da síndrome. Há sinais que podem se manifestar em algumas crianças com TEA, não em todas.
“Não existe um padrão para o tratamento do TEA. Cada autista é único e apresenta particularidades que devem ser entendidas, respeitadas e levadas em conta na terapia. Os profissionais, junto com a família, traçam o perfil, a partir da observação e identificação das dificuldades de comunicação, de relacionamento e reação ao ambiente, com o objetivo de entender o quanto cada área está afetada. No autismo, para ajudar é preciso entender”, destacou Ana Paula Rios.
Acompanhados por especialistas, as crianças participam de atividades que estimulam o seu desenvolvimento