5 de setembro de 2017

Livro lançado na Casa da Cultura revela ‘mutilações’ no rio São Francisco

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“Opará Revisitado” percorre a imensidão poética do Velho Chico (Foto: Breno Airan)

“O rio São Francisco é a nossa religião, nossa cultura, nossa identidade”. Com essa máxima, o ator, escritor e ativista social Severo D’Acelino jogou nas águas do “Velho Chico” as suas convicções. Ele sabe que lá também é seu lar.

O autor lançou na última sexta-feira (1º) o livro “Opará Revisitado” na Casa da Cultura, com presença de autoridades e de interessados em sua obra e vida de lutas e alertas.

“É a segunda vez que ele vem a Arapiraca e Severo é também um ativista em defesa dos direitos das mulheres. É um ser humano preenchido de luz”, conta a presidente da Associação das Mulheres de Arapiraca (AMA), Georgia Rocha, idealizadora do lançamento da obra na cidade.

O evento contou com o apoio da Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude (SMCLJ).

“‘Opará’ quer dizer ‘grande rio’, segundo os nossos ancestrais indígenas. Era assim que era conhecido o rio São Francisco, antes de ser batizado com este nome. Ele é guerreiro e nos representa muito bem. Nasce em Minas Gerais e corta a Bahia de Todos os Santos, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Com a transposição, ele está ‘anêmico’, mutilado. Este livro traz uma poética voltada para esse olhar visto logo às margens de seus mais de 2,7 mil km de extensão, mostrando ao mesmo tempo dor e esperança”, pontua o poeta, que recentemente recebeu a comenda Senador Abdias Nascimento, uma das maiores honrarias do país que é fruto de sua luta pela causa negra.

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Severo D’Acelino veio para Arapiraca pela segunda vez (Foto: Breno Airan)

Ele estava também com outras publicações de sua autoria como “Mariow: o Terreiro de Ba’Emiliana” e “Panáfrica África Iya N’La”.

“Quando a gente visita uma cidade nova, a maneira mais fácil de conhecer sua cultura e seu povo é indo até o Mercado Público, à Igreja e adquirindo livros de algum autor local”, diz Severo D’Acelino.

Por isso, sua próxima publicação será chamada “Cânticos de Contar Contos”, sobre essas ambiências da literatura oral, contada nas praças, na vizinhança e de boca em boca. Assim, ele promete retornar para Arapiraca em breve.

O evento contou com a presença do secretário da SMCLJ, Silvestre Rizzatto; a diretora da Casa da Cultura, Leide Serafim; a presidente da Câmara dos Vereadores, professora Graça; a presidente da Associação das Mulheres de Sergipe, Giovana Rocha; e o renomado ator e diretor Alberto do Carmo, que inclusive fez a ornamentação do rol da Casa da Cultura, ambientando todos ao clima ribeirinho.