1 de setembro de 2017

Arapiraca é referência em tratamento de hanseníase no Estado

Em Alagoas, somente Arapiraca e Maceió dispõem de centro de referência no atendimento ao paciente com hanseníase

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Médico Karlisson Valeriano em atendimento no setor de hanseníase do CRIA

A busca pelo atendimento médico aconteceu quando o paciente, do município de São José da Tapera, suspeitou estar com quadro de Chikungunya. Entre os sintomas apresentados, manchas avermelhadas pelo corpo e dores nas articulações. Uma avaliação clínica criteriosa e exames determinaram o diagnóstico:  hanseníase.

 A situação descrita acima é uma das que chegam ao Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA), responsável por assistir os 46 municípios alagoanos que integram a 2ª Macrorregião de Saúde, cuja a cidade é polo. Além de Arapiraca, somente Maceió dispõe do serviço especializado para o tratamento da hanseníase.

 “O trabalho  no CRIA é realizado por uma equipe multidisciplinar, que inclui  médico, assistente social, farmacêutico e profissionais da enfermagem, em parceria com as Unidades Básicas de Saúde (UBS)”, explicou Karlisson Valeriano, médico da família, que atua no programa de hanseníase da prefeitura de Arapiraca.

 Entre os serviços disponíveis no setor de hanseníase, um laboratório que realiza um dos exames específicos para auxiliar no diagnóstico da doença, o baciloscopia de linfa. E, ainda, uma oficina de calçados e instrumentos adaptados para os pacientes que já apresentam algum tipo de deformidade ou incapacidade física.

Diagnóstico

 O diagnóstico é feito na UBS. E para que ele seja preciso, o atendimento começa com avaliação clínica, uma conversa aprofundada com o paciente, aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora e de exames laboratoriais. A partir da conclusão do laudo, é iniciado um tratamento com antibióticos,  fornecido pelo SUS.

 Sintomas

 O primeiro e principal sintoma é o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos. Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. E quando lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa dormência e perda de tônus muscular na área. Podem aparecer caroços, inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos e também pode haver alteração na musculatura esquelética causando deformidades nos membros.

Contágio

A transmissão da hanseníase acontece quando uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar), estando sem tratamento, elimina o bacilo pelas vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros). O contato direto e prolongado  com a pessoa doente em ambiente fechado, com pouca ventilação e ausência de luz solar, aumentam as chances do contágio. Por isso, no caso de diagnóstico positivo, as pessoas que moram na mesma casa devem ser examinados.

 Tratamento

 O tempo do tratamento é  variável, de acordo com o estágio da doença, em torno de seis meses a mais de um ano. “Vale ressaltar que a hanseníase tem cura, desde que o paciente não interrompa o tratamento. A partir da primeira dose do medicamento, é anulado o bacilo transmissor”, afirmou o médico Karlisson Valeriano.

Em caso de dúvida, ligar para o telefone do Setor de Hanseníase do CRIA: (82)3521-2049

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