Orquestra Filarmônica de Alagoas encanta com mistura de clássicos e músicas populares
Foi a primeira vez deles tocando em Arapiraca (Foto: Max Silva e Breno Airan)
“Bravo!” Da plateia, podia-se ouvir o coro aliado aos aplausos demorados e de pé. A acústica da Paróquia São José, no bairro Alto do Cruzeiro, estava tomada por um dos dons de comunicação mais fascinantes dados por Deus: a Música.
Há quem acredite que essa é a maneira mais eficaz de se conversar com Ele. E quem ouve atentamente e com o espírito em aberto também aproveita o deleite proporcionado por essa manifestação primeira de Arte.
Foi o que se viu – e ouviu – na noite desta sexta-feira (28) com o concerto da Orquestra Filarmônica de Alagoas (Ofal), fazendo em Arapiraca a estreia de seu circuito pelo estado.
No início, houve uma participação especial com uma linda apresentação do Coro Popular Sons e Dons, cantando “Ave Maria Sertaneja” e “Sobre o Tempo”, tendo o maestro Marcos Sena à frente.
Já a Ofal, sob regência do músico Luiz Martins, contou com 45 integrantes que passearam por canções como “Overture Coriolan Op. 62”, de Beethoven; “Pavane Op. 50”, de Gabriel Fauré; “The Typewriter”, de Leroy Anderson; e “Kaiser – Walzer Op. 437”, de Strauss, na primeira parte do programa.
“Foi um prazer imenso estar em Arapiraca fazendo música de concerto. Eu não gosto muito do termo ‘música clássica’. Parece que ela deixa tudo separado. E gostamos de misturar. Música é Música. E ela toca as pessoas. Fico muito feliz pela acolhida e o calor do povo arapiraquense e pelo apoio da Prefeitura no evento”, diz Luiz Martins, enfatizando que essa deve ser apenas a primeira de muitas incursões da Ofal na cidade.
Prova disso foi eles terem juntado, na segunda parte do espetáculo, o erudito com a música popular e portuguesa e ainda o Rock, com “Travessia”, de Wilbert Fialho, tendo ele próprio no violão; “Canção do Mar”, de Dulce Pontes; “O Pastor” e “Haja o Que Houve”, ambas da banda Madredeus (nestas três últimas músicas houve a participação da cantora portuguesa-alagoana Irina Costa); “Who Wants to Live Forever”, do Queen; “Stairway to Heaven”, do Led Zeppelin; e “Eleanor Rigby”, dos Beatles (estas com participações de Alessandro Aru no baixo, Tiago Godoi na guitarra e Rodrigo Cardoso nos vocais na versão dos Beatles).
“Mais momentos assim deverão acontecer em Arapiraca. O prefeito Rogério Teófilo foi um dos entusiastas para a vinda da Ofal para cá. Ele é um incansável na luta pela Cultura e o acesso a ela. Foi um espetáculo e tanto esse de hoje”, comenta o secretário Municipal de Cultura, Lazer e Juventude, Silvestre Rizzatto, prestigiando o evento. A paróquia estava, de fato, lotada, mostrando que há público consumidor e ávido.
A Orquestra Filarmônica de Alagoas provém de uma cooperativa de músicos locais, criada exatamente nos 200 anos de Emancipação Política do estado – algo bem simbólico, que remete à independência desses instrumentistas e de sua força expressiva.
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