26 de julho de 2017

Grupo do 3º Centro de Saúde incentiva usuários a pararem de fumar

Apesar de ser uma das maiores causas de diversas doenças fatais, o cigarro é um vício que pode ser evitado. Sem falar no gasto com ele, que é altíssimo.

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O tabagismo é considerado uma doença desde o ano de 1988 e o assunto precisa ser tratado como um caso de saúde pública. O vício do cigarro é a doença evitável que mais mata no mundo todo, o álcool fica em segundo lugar e em terceiro fica o fumante passivo. Através do grupo de tabagismo organizado pela equipe de profissionais do 3º Centro, o município de Arapiraca tem feito a sua parte para reverter esse quadro.

Tudo começou quando agentes de saúde passaram a fazer uma busca ativa nos bairros Caititus, Brasiliana, Santa Edwiges e em uma parte do Santa Esmeralda. “Eles são o nosso elo com a comunidade e sinalizaram as pessoas que eram fumantes e se tinham alguma prioridade, a exemplo de hipertensão, e enviaram os convites”, explicou a gerente da unidade de saúde e dentista do Programa Saúde da Família, Fernanda Fonseca. “Teve um contato inicial e eles próprios aceitaram o convite, dizendo que estavam dispostos a tentar parar de fumar, ou recusaram”.

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Atualmente, 17 participantes se reúnem semanalmente, especificamente todas às quartas-feiras, em um grupo fechado, com a farmacêutica do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) 9, Rousy Lany Pereira, e com as assistentes sociais Janiele Silva Barbosa e Cida Veras. Paralelamente, acontecem abordagens individuais de acordo com a necessidade de cada um.

Na prática

Tudo o que foi relatado é realmente animador, mas a equipe de reportagem da prefeitura acompanhou a roda de conversa desta quarta-feira (26), de surpresa, sem data e hora marcada, e foi recepcionada por pessoas realmente motivadas, felizes e realizadas com os seus próprios resultados. Uma delas, a Vera, disse que acordava à noite para fumar e não soube informar o quanto fumava diariamente, mas disse que era muito, de uma maneira quase que desesperada.

Quando questionados sobre a disposição, seu Cícero respondeu logo “até no amor estou sendo feliz”. Ele disse que a esposa todo dia acorda e é “beijinho para lá, beijinho para cá”, e antes reclamava do mau cheiro do cigarro no marido.

Já a Patrícia é uma típica paciente poliqueixosa. Ela não é apenas fumante, Patrícia tem fatores que estimulam o uso da droga e vê o cigarro como uma fuga. “Tenho problema de ansiedade, sofro de toque e com o grupo consegui mudar a minha rotina” contou. “Antes eram duas carteiras e meia por dia, agora eu passo quatro dias com uma carteira de cigarro, isso para mim já é uma vitória”, comemorou Patrícia.

Dinâmica

O que também chamou a atenção da reportagem, foi o cofrinho e a estrela. O cofre é porque os fumantes, em sua maioria, não sabem nem quanto gastam alimentando o vício – muitos não somam por medo, inclusive – e agora o dinheiro que seria usado para comprar uma carteira de cigarro, é colocado no cofre. A ideia é que no final de cada mês eles tenham a percepção do quanto economizaram, o que acaba sendo um incentivo a mais.

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Os cofres são de material reciclável e produzidos pela assistente social Rousy Lany. Já a estrelinha sinaliza os pacientes que estão há dias sem colocar nenhum cigarro na boca.

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A gerente do 3º Centro fez questão de finalizar dizendo que a equipe está animada, já tem fila de espera para o próximo grupo de tabagismo e que a satisfação do usuário é o que importa para ela e para todos os profissionais da unidade.

Ouça a matéria na íntegra:

Autor: Laís Pita