Fórum alinha ações sobre os cuidados em saúde mental, álcool e outras drogas
Durante a tarde desta quinta-feira (18) aconteceu, em Arapiraca, o Fórum Intersetorial de Cuidados em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas. A data não foi escolhida por acaso. Dia 18 de maio é o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Ele foi instituído após profissionais da saúde mental, cansados do tratamento desumano e cruel dado a usuários do sistema de saúde mental, organizarem o primeiro manifesto público a favor da extinção dos manicômios. Isso aconteceu no ano de 1987, no estado de São Paulo.
Hoje, 30 anos depois, a prefeitura de Arapiraca, através do comitê gestor de enfrentamento ao crack, álcool e outras drogas, coordenado pela psicóloga, Cledja Almeida, realizou o Fórum com o objetivo de debater essa temática, que perpassa por várias nuances e traz muitas preocupações, uma vez que atrai mais a atenção para ela do que para a pessoa que as usa, que deveria ser o foco principal.
Antes a única forma de cuidado eram os hospitais psiquiátricos com tratamentos em regime fechado, excluindo o usuário do convívio social. A partir de 2001, com a lei da reforma psiquiátrica, os cuidados são em liberdade, através de serviços substitutivos. Já em Arapiraca, para dar a devida atenção às pessoas em sofrimento decorrente do uso de álcool e outras drogas, a Secretaria Municipal de Assistência Social aderiu ao Projeto Redes – que tem o objetivo de organizar, articular, integrar a rede intersetorialmente e fortalecer a política sobre drogas na cidade.
Passado isso, a ideia do Fórum, neste momento, é articular todas as políticas públicas que existem no município voltada para a questão da saúde mental e política sobre drogas, trabalhando de maneira integrada; além de capacitar os profissionais da área, empoderando esse público eles vão saber melhor manejar os usuários, tornando-os protagonistas de sua história.
Secretarias de Assistência, Educação, Saúde, Cultura e Serviços Públicos estão envolvidas no projeto, bem como o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), Centro Pop, Unidade Básicas de Saúde, Universidade de Alagoas, Conselho Tutelar, Núcleo de Atenção a Saúde da Familia (Nasf) e. claro, os usuários.
“É preciso que olhem além das drogas, o foco são as pessoas que fazem o uso dela. Tratar a dependência é uma coisa, mas tem o esporte, o emprego, o lazer, e agora temos a oportunidade de articular os serviços públicos com universidades, judiciário e empresas privadas, garantindo assim qualidade de vida para todos”, afirmou a psicóloga e articuladora do Projeto Redes, Emylia Ferreira.
O Fórum vai acontecer mensalmente, junto com capacitações, oficinas e rodas de conversas. Ações in loco também estão sendo programadas. A primeira vai acontecer no conjunto habitacional Brisa do Lago. Profissionais de fora vão vir apresentar suas experiências e um novo olhar sobre essa temática. As discussões resultarão em projetos, todos eles com o objetivo final de diminuir o número de manicômios.
“A gente trabalha para diminuir, a cada dia, os internamentos. Queremos deixar claro que as pessoas podem (e devem) ser tratadas e cuidadas dentro do convívio social, ao lado da sua família, sem precisar ser excluídas”, finalizou a coordenadora do comitê gestor de enfrentamento ao crack, álcool e outras drogas, Cledja Almeida.
Autor: Laís Pita