1 de abril de 2017

Vivendo o autismo com independência e inclusão social

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A história do pequeno Davi Henrique Barbosa Nascimento poderia ser repleta de dificuldades, preconceitos e limitações se não fosse o apoio da família e o atendimento recebido no Espaço Trate, destinado ao atendimento de crianças autistas com necessidades especiais de Arapiraca.

A mãe, Cláudia Valéria Lira Barbosa, afirmou que o autismo do filho foi diagnosticado aos 2 anos e 10 meses de idade. A notícia desestruturou a família que, naquele momento, chegou a acreditar que o ‘mundo havia desabado’ e que a vida não tinha mais sentido.

“Foi um momento muito difícil, pois não tínhamos conhecimento sobre o autismo e acreditávamos que a doença iria limitar o Davi em praticamente tudo. Com o tempo fomos descobrindo que poderíamos conviver com o autismo e proporcionar uma vida quase normal a ele”, frisou Claudia, que hoje preside A Associação de Pessoas com Transtornos Autístico de Alagoas (APTAA).

Quando o pequeno Davi completou um ano e meio os pais começaram a perceber uma regressão na sua fala e alguns movimentos repetitivos que os deixaram intrigados. O comportamento começou a ser investigado e o diagnóstico foi confirmado cerca de um ano depois como sendo um autismo de grau leve.

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Hoje, aos 6 anos de idade, Davi tem uma vida praticamente normal. Estuda o 1° ano do Ensino Fundamental e faz do skate o seu principal passa tempo.

Ele é uma das 85 crianças, que recebem atendimentos individuais e participam de atividades em grupo, coordenados por psicólogos, terapeuta ocupacional e outros profissionais.

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DIA MUNDIAL DO AUTISMO

Neste domingo, dia 2 de abril, é comemorado o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data tem o propósito de conscientizar a população mundial sobre o autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.

Em Arapiraca a Prefeitura Municipal, através do Espaço Trate, realizou durante toda a semana o evento denominado Semana Azul, que reuniu profissionais das áreas de psicologia, jurídica, odontologia e educação física, que ministraram palestras voltadas aos professores, pais de crianças autistas e a sociedade em geral.

Para falar sobre o assunto, a terapeuta ocupacional do Espaço Trate, Graziela Valeriano, revela que os primeiros sinais do autismo podem surgir com a criança ainda na fase de bebê e podem ser detectados através de simples alterações no comportamento, a exemplo da dificuldade para se comunicar.

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1. Quais tipos de comportamento podem dar sinais que a criança tem autismo?
Geralmente, as crianças com Transtorno do Espectro do Autismo(TEA) apresentam características em comum, a exemplo da dificuldade para interagir, dar função aos objetos (brinquedos), detecção de alterações sensoriais e comportamentos inadequados.

2. O autismo pode ser detectado a partir de qual idade??
Desde bebê o TEA já pode ser detectado, no entanto ainda se vê muitas crianças sendo diagnosticadas tardiamente.

3. Quais são os graus de autismo e suas diferenças?
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) o autismo pode ser leve, moderado e severo.

Leve – Dificuldade para iniciar interações sociais e exemplos claros de respostas atípicas ou sem sucesso a aberturas sociais dos outros. Pode parecer apresentar interesse reduzido por interações sociais. Por exemplo, uma pessoa que consegue falar frases completas e envolver-se na comunicação, embora apresente falhas na conversação.

Moderado – Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal; prejuízos sociais aparentes mesmo na presença de apoio; limitação em dar início a interações sociais e resposta reduzida ou anormal a aberturas sociais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa que fala frases simples, cuja interação se limita a interesses especiais reduzidos e que apresenta comunicação não verbal acentuadamente estranha.

Grave – Déficits graves nas habilidades de comunicação social verbal e não verbal causam prejuízos graves de funcionamento, grande limitação em dar início a interações sociais e resposta mínima a aberturas sociais que partem de outros. Por exemplo, uma pessoa com fala inteligível de poucas palavras que raramente inicia as interações e, quando o faz, tem abordagens incomuns apenas para satisfazer a necessidades e reage somente a abordagens sociais muito diretas.

4. Existe tratamento para autismo?
Sim, o tratamento é feito por uma equipe multiprofissional composta por terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogo, neuropediatra, educador físico, entre outros.

5. Quais as limitações enfrentadas por uma criança autista?
As crianças com autismo precisam de acompanhamento terapêutico semanal, uma vez que os mesmos apresentam dificuldades comportamentais em determinados ambientes, inflexibilidade à mudanças, dificuldade para se comunicar (gerando, muitas vezes, comportamentos “inadequados” a exemplo de agressividade)

6. Uma pessoa autista pode estudar, trabalhar, constituir família?
Sim, os indivíduos com autismo podem trabalhar, devem estudar e podem chegar a constituir família, no entanto a tríade: família, escola e terapeutas, têm que funcionar de maneira harmônica e eficaz. A família é peça chave nesse quebra-cabeça, se a família não acreditar que a criança pode chegar lá, o processo de reabilitação se torna muito difícil e muitas vezes ineficaz.