Mais de 300 dependentes químicos de Arapiraca serão reinseridos no mercado de trabalho
Programa vai dar continuidade aos serviços de acolhimento e recuperação das pessoas com dependência química
“Esse projeto de reinserção social é essencial para resgatar a cidadania e a dignidade humana”, parabenizou Cledja Almeida. A psicóloga se refere ao Programa de Reinserção Social de Dependentes Químicos Recuperados, onde mais de 300 dependentes químicos de Arapiraca serão beneficiados com a reinserção no mercado de trabalho.
Ao serem inseridos na Rede Acolhe – serviço do Governo de Alagoas para recuperação gratuita de pessoas com dependência química – os dependentes químicos se questionavam para onde iriam depois do acolhimento em uma das 37 comunidades distribuídas no Estado de Alagoas. Agora, eles têm a resposta.
Em Alagoas, os agentes fizeram uma busca ativa e já conseguiram localizar 2000 dependentes recuperados cadastrados no Programa, sendo pouco mais de 300 em Arapiraca, mas a expectativa para a segunda maior cidade de Alagoas é encontrar mais de 500.
Os agentes da paz da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) vão atuar na reinserção social e produtiva de dependentes químicos com o objetivo de reduzir o índice de recaídas e reincidência no uso de álcool e outras drogas.
O anúncio foi feito nessa segunda-feira (10) durante uma reunião no auditório do Centro de Referência Integrado de Arapiraca (Cria) pelo coordenador de Reinserção da Superintendência de Política sobre Drogas, Marcio Santos.
“Nos primeiros oito anos os anjos da paz acolhiam as pessoas que estavam em situação de vulnerabilidade social. A partir de agora, esses dependentes químicos que foram acolhidos serão capacitados, de acordo com cada necessidade individual, para serem reinseridos no mercado de trabalho”, explicou Marcio.
O coordenador disse que o município de Arapiraca não poderia ficar fora desta nova etapa do projeto por ser o ícone do desenvolvimento e marca de pujança na economia do estado.
Cledja Almeida, Michelle Rose e Fabrizia Amaral estavam representando, respectivamente, os serviços públicos de saúde, educação e assistência social da prefeitura de Arapiraca. Elas garantiram o comprometimento do poder público municipal para a execução do Programa na Capital do Agreste.
O que eles acham
Dependentes químicos que estão em processo de reinserção há um tempo e aqueles que ainda estão acolhidos, até como forma de incentivo e força, participaram da reunião na noite dessa segunda-feira (10).
O arapiraquense Marcelo Silva Santos, 33 anos, passou seis meses na Comunidade Dona Paula, próximo ao Pé Leve, e afirma que o projeto de reinserção é uma grande oportunidade por ainda existir, infelizmente, muito preconceito.
Já a jovem Alice Torquato, que em seu depoimento disse ter tentado 12 vezes o suicídio, e hoje trabalha como recepcionista na sede do Acolhe em Arapiraca, afirmou que não há nada mais recompensador do que ter um emprego. “É maravilhoso manter a mente ocupada e saber que você é alguém”.
Acolhe Alagoas
Criado no governo Teotonio Vilela Filho (PSDB), o projeto Acolhe Alagoas possui, atualmente, 37 comunidades de acolhimento, sendo 15 apenas na Região Agreste. O projeto, que serviu de modelo para vários estados do Brasil, já atendeu, durante os oitos anos de existência, mais de 20 mil pessoas.
Agora, através da Lei 7.865/2017, vai ser dada a sequência. Órgãos da administração estadual direta ou indireta devem estabelecer, em contratos com entidades privadas, um percentual mínimo de vagas de trabalho para dependentes químicos recuperados em uma das comunidades da Rede Acolhe.
Sobre a criação de uma lei municipal com esta mesma finalidade, Marcio disse que “conhecendo ele de outras épocas, a sensibilidade do prefeito Rogério Teófilo não vai fazer ele pensar duas vezes. Ele vai dar a mão e ser parceiro nesse projeto de grande responsabilidade social”.
O vereador Wilomaks da Saúde, que também participou do evento, garantiu não ter dúvidas que o prefeito Rogério Teófilo vai sancionar logo após a Câmara Municipal aprovar o projeto.
Autor: Laís Pita