Empresas cadastradas no Cerest registram diminuição em casos de acidentes de trabalho
Salário melhor é, realmente, o que importa? Ou trabalhar em uma empresa que se importa com o bem estar do colaborador investindo na educação, segurança e saúde sem perder o foco da produtividade?
A empresa Araforros até 3 anos atrás trabalhava 24h por dia e sete dias por semana, sendo necessários quatro equipes trabalhando em turno de 12 horas, padrão de trabalho que também era adotado por outras empresas da região. Essa jornada tornava os turnos mais longos e pouco produtivos, além de aumentar o risco com relação a acidentes de trabalho. Com a adoção de turnos de trabalho de oito horas e ampliação do programa de segurança e saúde no trabalho, palestras educativas, inclusão da ginástica laboral, técnicas inclusivas, entre outras ações, houve aumento na produtividade, redução dos riscos de acidentes, além de desenvolver a cultura, participação e auto desenvolvimento da equipe.
Comprometida com o bem estar de seus funcionários, a empresa Araforros se cadastrou no Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) que é ligado à Secretaria Municipal de Saúde, com o objetivo de ampliar o seu programa interno de palestras educacionais.
“A ginástica laboral é rápida mas eficiente, dura cerca de 15 minutos, tira o trabalhador de uma condição e movimenta músculos que estavam parados”, explicou o Gerente Industrial, Luiz Almeida. “Tem gente que associa trabalho a sofrimento, quando na verdade o trabalho traz alegria e felicidade, não desgaste”, afirmou.
O profissional de educação física do Cerest, Chrystiano Ferreira de Albuquerque, disse que o ideal é que a ginástica laboral seja dividida em três etapas. No início do trabalho, quando o exercício prepara a musculatura e ossos para a jornada de trabalho. Durante o expediente, para diminuir o estresse e no final, para o relaxamento.
“Além disso, como a ginástica laboral é realizada em grupo, ela se torna dinâmica e aproxima os trabalhadores, tornando-os mais espontâneos e o ambiente de trabalho mais harmonioso”, disse Chrystiano.
Cerest
O Centro faz parte da Secretaria Municipal de Saúde por meio da Coordenação de Promoção da Saúde, que desde 2010 desenvolve o projeto “Empresas Promotoras de Saúde” em parceria com o segmento empresarial do município. Atualmente 34 empresas são cadastradas no projeto e a Araforros é uma delas.
Através de suas atividades, o órgão tem o objetivo de prevenir acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, como as osteomusculares, que são as artrites, artroses ou bursites. Essas doenças são as famosas ler/dort e geralmente atacam a parte superior do corpo.
“LER significa lesão por esforço repetitivo e dort quer dizer distúrbios osteomusculares relacionados a trabalho”, esclareceu Chrystiano.
A técnica de segurança do trabalho da empresa, Inácia Gouveia, afirmou que após a empresa implementar todas as mudanças durante a rotina de trabalho dos colaboradores já atingiu 448 dias sem acidente de trabalho. Além disso, 100% dos funcionários estão com a cobertura da vacina contra o tétano, uma ação realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde.
O trabalho inicial da equipe de saúde consiste em realizar uma visita técnica nas empresas e oferecer os serviços de prevenção da saúde desenvolvidas pelo município, tais como: saúde do homem, da mulher, do idoso, combate ao tabagismo, hipertensão, imunização, entre outros.
“ Trabalhamos em conjunto com o foco na necessidade. O Cerest traz o que pode oferecer e montamos um calendário anual com atividades distribuídas mês a mês”, explicou Inácia Gouveia. “O destaque vem sendo a cultura de informação com palestras educativas”.
O trabalho inicial da equipe de saúde consiste em realizar uma visita técnica nas empresas e oferecer os serviços de prevenção da saúde desenvolvidas pelo município, tais como: saúde do homem, da mulher, do idoso, combate ao tabagismo, hipertensão, imunização, entre outros.
Na Araforros, o Cerest já trabalhou temas como saúde do homem, a importância do uso do equipamento de proteção individual e acidentes de trajeto. Também já foram realizados mutirões para esclarecer sobre a saúde bucal.
A Araforros já trabalhou temas como saúde do homem, a importância do uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), acidentes de trajeto, entre outros. Também já foram realizados mutirões para esclarecer sobre a saúde bucal.
“No Brasil, culturalmente, as empresas normalmente olham indicadores, mas, mesmo assim, a produtividade é baixa. O que elas precisam fazer é experimentar”, sugeriu Luiz. “Pegue uma pequena parcela de colaboradores da da empresa, um setor, por exemplo, e aplique a ginástica laboral. Eles voltam para às suas atividades revigorados. Realmente funciona mas muitos empresários não compreendem”, lamentou.
Fica a dica
O colaborador se ouvido pela empresa e se tornar parte das tomadas de decisões também é importante.
Aquela cultura de “faça porque eu estou mandando” é ultrapassada.
Mudar a posição de um equipamento porque se percebe que a movimentação do trabalhador vai ser melhor também é um ponto interessante.
“Uma pessoa para trabalhar bem precisa estar em um ambiente adequado e se reconhecer na atividade que está, deste modo a empresa vai ter alta produtividade e bons resultados”, explicou Luiz. “Na verdade você precisa preparar uma infraestrutura para o negócio funcionar bem. Logística de transporte, distância trabalho/casa, se você demonstra preocupação com o trabalhador, ele se sente satisfeito e vai trabalhar focado”, garantiu.
Algo que também previne o afastamento do servidor é cobrar exames médicos periodicamente, diminuindo assim o absenteísmo – é um padrão habitual de ausências no processo de trabalho, dever ou obrigação, seja por falta ou atraso, devido a algum motivo interveniente. Os brasileiros não tem esse hábito e é preciso que a empresa cobre regularmente.
“É importante ter trabalhadores que não só usem o corpo, mas pensem em como melhorar seus processos de trabalho o cérebro também. Com maior participação de todos percebemos uma satisfação no colaborador que não possui mais o desejo de sair da empresa”, finalizou Luiz Almeida.
Autor: Laís Pita