Arapiraca recebe a Mostra Navi neste mês com oficina, filmes e documentários
De graça, exibições acontecerão a partir das 17h, no Planetário Digital Municipal
Cena do curta-metragem de ficção “Povoado” (Foto: Reprodução)
Uma das primeiras experiências com o fazer cinematográfico foi dos irmãos Louis e Auguste Lumière, em 1895. Eles chamaram um grupo de pessoas para uma exibição pública, onde havia uma sequência de imagens fotográficas registrando a passagem de um trem.
“L’Arrivée d’Un train à La Ciotat” (em tradução livre, A Chegada do Trem na Estação) fez com que todos os que estavam presentes ficassem muito impressionados – e até assustados chegando a fugir da sala –, achando que a locomotiva iria transpassar a parede através da tela e atingi-los fisicamente.
Era quase uma ilusão de ótica. Aquela experiência inédita realmente os pegou em cheio, mas de uma outra forma. A vida podia ser condensada e “guardada” em alguns minutos dentro dos filmes, dentro de frames. E, assim, o Cinema foi ganhando aos poucos o status de Arte.
Em Arapiraca, mais de um século após o incidente dos irmãos franceses Lumière, estão pousando por aqui “seres audiovisuais”, como que numa invasão, neste mês de março.
Trata-se do Navi – Núcleo do Audiovisual de Arapiraca – planando sobre as cabeças curiosas dos amantes da Sétima Arte. Ele, que é um dos 10 Pontos de Cultura da rede local, vai realizar uma mostra de filmes no Planetário Digital e Casa da Ciência, no Lago da Perucaba, no próximo dia 26 a partir das 17h.
Com apoio da Prefeitura de Arapiraca, a entrada para o evento é franca e tem o intuito de “formar plateias”, segundo Leandro Alves, um dos organizadores da exposição de películas, que também está à frente do Navi.
Documentário “Segunda-Feira” tem direção coletiva (Foto: Reprodução)
“É importante frisar que estamos trilhando por um caminho muito intenso. Há muita coisa sendo feita no audiovisual hoje aqui em Arapiraca e resolvemos fazer essa 1ª mostra para justamente formar público. É com investidas assim que a plateia vai se firmando e se interessando não apenas em assistir, mas em conhecer e até participar dos processos por trás do Cinema”, diz o cineasta, responsável por curtas-metragens como “Hoje Tem Espetáculo?”, “Flamor” e o premiado “Salão dos Artistas”.
No repertório fílmico desse evento, haverá os três curtas-documentários “Segunda-Feira”, de direção coletiva; “Metrópole do Futuro”, de direção coletiva; e “O Juremeiro de Xangô”, da diretora Arilene de Castro; e o curta de ficção “Povoado”, do diretor Wagno Godez. Todas essas projeções representaram Arapiraca na 7ª edição da Mostra Sururu de Cinema Alagoano, no ano passado.
“Existe uma efervescência genuína acontecendo e uma pretensão de contar a história de Arapiraca para os arapiraquenses. O Cinema tem esse papel também”, conclui Wagno Godez.
Para que mais pessoas possam se incluir nesse processo, haverá a oficina “Cineclube: da prática à criação de um cineclube”, com a comunicadora social, cineclubista, arte-educadora, mestranda em Cinema pela Universidade Federal de Sergipe, presidenta da Federação Pernambucana de Cineclubes (Fepec) e diretora-adjunta de Formação do Conselho Nacional de Cineclube (CNC), Yanara Galvão.
O objetivo é conhecer as fases necessárias para a produção de uma sessão cineclubista – da escolha da programação à avaliação final da atividade. A oficina acontecerá de 23 a 25 de março.
As inscrições para ela são gratuitas e vão até o próximo dia 20. Inscreva-se aqui.
Recém-lançado, “O Juremeiro de Xangô” fala da cultura afro-ameríndia (Foto: Reprodução)