Documentário “Circo Mágico Nelson” estreia em São Paulo
Nesta quinta-feira (6), a partir das 19h, a família Silveira se tornará oficialmente imortal em formato físico. É que nesta data será lançado o filme-documentário “Circo Mágico Nelson”, em São Paulo.
A película traça a trajetória deles por meio de imagens e depoimentos de artistas circenses, artistas plásticos, cenógrafos e músicos, sendo esta uma realização da Pindorama Circus, Fundação Nacional de Artes (Funart) e Ministério da Cultura (MinC).
Para isso, a diretora e pesquisadora Verônica Tamaoki, umas das maiores autoridades do assunto no país, veio até Arapiraca para colher essas entrevistas, carregadas todas elas de muito sentimento e verdade.
Gratuita, a exibição do filme acontecerá no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, na capital paulista, tendo ainda um bate-papo com Tamaoki, a neta do “dono da lona” Helga Silveira e o produtor e fotógrafo Manu Muniz.
Patrimônio
O Circo Mágico Nelson foi muito importante para a cidade e levou alegria para vários municípios e outros estados do Brasil.
Patrimônio Vivo da Cultura Alagoana e mestre das Artes Circenses, o filho do patrono da família Silveira, Teófanes, lembra com muito carinho da época em que o circo-teatro estava na ativa. Hoje o Palhaço Biribinha, como é mais conhecido, sabe que seu pai fez história.
“Ah, a coisa que me vem logo à cabeça é o som do autofalante que ficava em cima do mastro do Circo Mágico Nelson, reproduzindo músicas, como “Pedacinhos do Céu” de Waldir Azevedo. Parece até que estou ouvindo agora… Era lindo! Algumas vezes, eu, ainda com 7 anos de idade, encostava o ouvido no mastro do circo e tinha a impressão que ouvia a canção só para mim… Fui uma criança feliz! Meu pai fez o primeiro circo em 1947, o segundo, em 1958, e o último em 1968, baixando de vez sua lona em 1985, na Rua Bela Vista, em Arapiraca. Sim, circulamos todo o Nordeste e seria difícil falar de uma região com nove estados destacando algumas cidades, mas posso dizer que todas deixaram uma marca importante na minha vida e da minha família”, comenta.
Ele contará mais sobre isso em uma palestra no próximo dia 31, no mesmo local em São Paulo, num bate-papo sobre “O Circo Tradicional do Nordeste Para o Brasil”.
Assim como o Circo Mágico Nelson em si, Biribinha também deixou sua marca por aqui. Hoje, há um espaço que atende mais de 700 crianças e adolescentes da Rede Municipal de Ensino, que têm aulas de tecido, acrobacia solo, corda indiana, malabares e arte da palhaçaria.
Localizada no Bosque das Arapiracas – um dos mais belos cartões-postais da cidade –, no bairro Santa Edwiges, a Escola Municipal de Circo Teófanes Silveira tem, claramente, seu nome e seu filho, Nelson Silveira Neto, como diretor.
No mês passado, Biribinha foi o grande homenageado no “Circovolante – 8º Encontro Internacional de Palhaços”, levando sempre adiante o legado de seu pai: o riso puro.