Prefeitura de Arapiraca vai homenagear morador da antiga Favela do Caborje
É sob a sombra imperturbável do pé de castanhola, hoje às margens do Bosque das Arapiracas, que as raízes desta história começaram a germinar.
Há 18 anos, no dia em que nasceu o Weverton Felipe, as sementes desta árvore foram adubadas pelas mãos do pai José Paulo da Silva (46) em frente à sua casa de alvenaria, onde antigamente se localizava a “Favela do Caborje”, no bairro Teotônio Vilela, em Arapiraca – hoje um dos mais belos cartões postais da cidade.
Era domingo, março de 1998, quando um amigo de José o presenteou com algumas mudas de amendoeira para celebrar a chegada de Felipe.
Neste mesmo dia o guarda municipal, José Paulo, plantou a árvore que deverá ganhar o mesmo nome de seu filho – iniciativa da Prefeitura de Arapiraca – em homenagem a este momento especial na vida da família Oliveira da Silva – uma ação simbólica frente a outras iniciativas que têm consolidado Arapiraca como referência na preservação do meio ambiente.
A exemplo, o replantio de árvores, como Ipês, Aroeiras, Nins, tanto nos arredores do Lago da Perucaba, como também no Bosque das Arapiracas; a arborização da Av. Ceci Cunha, doação de mudas para a população e a criação do espaço Área Verde, que é uma das prioridades do projeto de revitalização das praças da cidade e futuro palco para as intervenções urbanas do projeto de incentivo à produção artística arapiraquense, Fábrica de Sonhos.
“Se todas as pessoas tivessem esse cuidado com o espaço em que vivem, o mundo certamente seria um lugar ainda mais bonito. E a consequência disso seria memórias e histórias maravilhosas como essa que o José Paulo cultivou para o filho”, disse a prefeita Célia Rocha.
Por determinação da administração municipal, aquela amendoeira plantada por José Paulo há quase duas décadas, dentre tantas coisas que devem seguir erguidas na vida, não poderia ruir.
“A importância que esta amendoeira tem não é só para a minha história, mas também para o meio ambiente. A valorização dela como peça fundamental para a vida. É preciso cuidar do nosso planeta, do que ele nos oferece para que possamos viver dias melhores”, declarou José Paulo ao emendar:
“Ela também é sinônimo de ‘alívio’. A vida no Caborje era um sufoco. Eu sonhava ter uma casa em que quando chovesse a água não se misturasse ao esgoto. Agora, além da casa dos sonhos, tenho um planeta para continuar zelando.”.
Em 2007, a Prefeitura de Arapiraca começou a transferência das 583 famílias – ainda cadastradas/assistidas na gestão de Célia Rocha – que viviam em áreas de risco, na Favela do Caborje, Quiçassa e parte do bairro Manoel Teles, para as novas moradias no Conjunto Residencial Jardim das Paineiras, localizado no bairro Nilo Coelho, na periferia da cidade. Dentre essas famílias está a de José Paulo da Silva.
Este conjunto habitacional faz parte de um convênio firmado entre a prefeitura e o governo federal, por meio do Programa Habitar Brasil/BID – projeto de incentivo à geração de renda e ao desenvolvimento em assentamentos de risco ou favelas para melhorar as condições habitacionais.
O Jardim das Paineiras é um residencial que tem ruas pavimentadas, escola, creche, posto de saúde, posto policial, área de lazer e o Centro Comunitário Adília do Nascimento Silva – destinado à realização de cursos voltados para a geração de emprego e renda das famílias.
Simultaneamente à transferência dos moradores da Favela do Caborje para o Jardim das Paineiras, a prefeitura adotou, ainda, projetos sociais de educação sanitária e ambiental, que resultou em 2012 no conhecido Bosque das Arapiracas – espaço urbanístico conceitualizado na gestão da então prefeita Célia Rocha e executado sob a administração de Luciano Barbosa.