3 de junho de 2016

Grupo realiza ato contra a Cultura do Estupro neste sábado (4)

estupro
O que é cultura? Muitos referenciam a palavra a manifestações artísticas, no entanto, o substantivo vai bem mais longe que apenas esse sentido semântico.

Cultura é uma gama de complexidades morais e éticas, tendo como pano de fundo as artes, conhecimentos, leis e costumes de um povo. Se uma sociedade moderna ainda é patriarcal e misógina – que reflete ódio, desprezo ou repulsa ao gênero feminino –, ela tende a reproduzir isto cotidianamente, às vezes “sem perceber”.

Para isso, existem as quebras de paradigma. E um grupo de mulheres de Arapiraca irá realizar justamente um ato contra a “Cultura do Estupro”, neste sábado (4), na Praça Luiz Pereira Lima, bairro do Centro, a partir das 9h.

Haverá um debate sobre a temática e, na oportunidade, a produção de cartazes. O termo provém da expressão Rape Culture, cunhado na década de 1970 pelas feministas dos EUA e desenvolvido a fim de explicitar como a sociedade culpava – e ainda culpa – as próprias vítimas de abuso sexual e normalizava a violência sexual contra a mulher, estas praticadas por pais, irmãos, tios, primos, vizinhos, colegas de trabalho e galãs de balada.

Após a discussão, o grupo de jovens mulheres sairá pelas principais ruas do Centro de Arapiraca, proferindo palavras de ordem com os cartazes feitos à mão.

De acordo com os dados do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, no Brasil, a cada 11 minutos, uma mulher é vítima de estupro. Recentemente, uma garota de 16 anos foi estuprada por 33 homens após uma festa no Rio de Janeiro, o que gerou comoção nacional.

Apoio a vítimas

Em mais de 2 anos de atividade, o Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv), equipamento integrante da Secretaria Municipal de Política Para as Mulheres (SMPPM), já fez cerca de 1 mil atendimentos para as arapiraquenses, no âmbito social, psicológico e jurídico.

Há ainda o grupo de vivências “Bem-Me-Quer”, que semanalmente realiza encontros com a finalidade de debater as experiências vividas pelas próprias usuárias. De acordo com a secretária Hyseth Santos, ele visa o fortalecimento da autoestima dessas mulheres que vivem em situação de violência, incentivando-as a um recomeço de vida distante dos maus-tratos e agressões.