5 de junho de 2016

Educação Emocional e Social busca equilibrar as emoções para promoção da paz nas escolas de Arapiraca

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Imagine que nossa mente é uma sala de controle em que estão armazenadas todas as memórias-base, aquelas que definem quem somos, formadas na infância, nos primeiros anos de vida e que nossas emoções são os comandantes desta nave feita de conexões neurais. Nesta sala, que acontecimentos e pensamentos levariam a uma emoção, que por sua vez desencadearia uma ação?

Em Divertida Mente, animação lançada em 2015 pelo estúdio Pixar, Riley, uma garotinha de 11 anos de idade, enfrenta mudanças importantes, quando seus pais decidem deixar a sua cidade natal, no estado de Minnesota, para viver em San Francisco. Ela, como todos nós e os alunos do 1º ao 7º ano das 57 escolas municipais de Arapiraca, convive com várias emoções diferentes, tais como: a Alegria, o Medo, a Raiva, o Nojinho e a Tristeza.

Este filme, assim como diversas estratégias psicopedagógicas da Metodologia Liga Pela Paz, programa de Educação Emocional e Social em parceria com a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), com a Prefeitura de Arapiraca e com a organização Inteligência Relacional, evidencia a importância das emoções na formação do ser humano, como também na condução de suas atitudes ao longo da vida.

“O entretenimento já é bom e necessário, porém quando a arte incorpora conteúdos educacionais importantíssimos, como é o caso deste filme, esse encontro da inteligência com a sensibilidade artística recebe os aplausos dos educadores do mundo inteiro pela contribuição para os processos de ensino e aprendizagem. Vejo em Divertida Mente uma oportunidade de conscientização da importância da arte como um recurso didático”, afirma João Roberto de Araújo, fundador da Metodologia Liga Pela Paz.

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Para a professora Lívia de Oliveira Silva, da Escola de Ensino Fundamental Tibúrcio Valeriano da Silva, as emoções orientam nosso dia a dia e moldam nossa maneira de pensar, sentir e agir. “A Tristeza, por exemplo, também contribui para formação da nossa consciência, mas é preciso saber lidar com ela, como também com as demais emoções que impulsionam nossas ações cotidianas”, declara Lívia Oliveira por meio do Ambiente Virtual de Aprendizagem da Metodologia Liga Pela Paz.

A personagem do filme, Riley, antes de se mudar para outra cidade, era movida pela Alegria. Mas depois outras emoções desconfortáveis assumiram o comando, como a Raiva, o que não implica dizer que é algo ruim. Este sentimento também leva a coisas boas, como a indignação diante de situações desumanas.

Todas as emoções que coabitam a mente humana são entrelaçadas e importantes, especialmente, para a  aprendizagem, uma vez que são fonte de energia e direcionam a motivação do aluno. O olhar para dentro, como propõe o título do filme em inglês, Inside Out, é um deslocamento fundamental para o equilíbrio de nossas ações dentro e fora de sala de aula, uma vez que nos permite conhecer melhor nossas emoções e nos ajuda a lidar com os conflitos do cotidiano, promovendo, desta maneira, uma Cultura de Paz.

“Já presenciei algumas situações em que os alunos realmente precisariam se conhecer e reagir melhor às sensações, como quando partem para a briga. Noto que depois que começamos a trabalhar a Liga Pela Paz com eles a socialização e o respeito cada vez mais fortalecem as relações entre eles”, afirma a professora Rousane Pereira dos Santos da Escola de Tempo Integral Mário César Fontes.

A Educação Emocional e Social, implantada desde fevereiro, beneficia mais de 20 mil alunos das escolas municipais de Arapiraca. O intuito da parceria entre Seprev, Prefeitura de Arapiraca e Inteligência Relacional é promover a paz dentro e fora do ambiente escolar na construção de um novo tempo para a educação.