16 de maio de 2016

Projeto “Fábrica de Sonhos” transforma paisagem urbana de Arapiraca

PUBLI LU

Imagine um lugar em que os sonhos estão ao alcance das mãos, sob a direção da vontade e da imaginação. Um lugar bonito, diferente do que se vê por aí, assinalado pelo talento. Este espaço existe, tem nome e endereço em Arapiraca.

A Fábrica de Sonhos (FDS) é um projeto de incentivo à produção artística da cidade. Surgiu em 2014 a partir do incômodo de Daniel Rocha, idealizador, quando naquela época o Natal da cidade, em função da crise econômica que já se instalava no Brasil, não pode ser realizado.

No ano seguinte, Daniel mobilizou-se com um grupo de artesãos e os conectou com a Associação de Catadores de Resíduos Sólidos de Arapiraca (Ascara) e com a Secretaria Municipal de Educação (SME) para que o Natal de 2015 fosse possível a partir de peças feitas com materiais recicláveis.

Juntos, em parceria com as escolas municipais, arrecadaram centenas de garrafas pets e um barracão foi alugado para produzir e armazenar os enfeites natalinos de Arapiraca.

PUBLI III

Desde então, há quase 2 anos, esse espaço, que está aberto a todos os artistas da terra e tem o apoio da prefeitura, abriu as portas para outras expressões artísticas, além da reciclagem, com Lucineide Bispo, oficineira há mais de 10 anos, e deu lugar a artistas como Zélia Nogueira, José Wilson, Albério Carvalho, Pedro Rodrigues, Johnson Cavalcante, Marcelo Mascaro, dentre outros nomes, além de ajudantes e voluntários que integram a equipe “multidisciplinar” da Fábrica, uma vez que todo mundo faz um pouco de cada coisa, afinal de contas todo trabalho emana da coletividade.

Em épocas festivas, a equipe de pintores, mosaicistas, arquitetos, serralheiros, pedreiros, escultores amplia-se em razão da demanda que aumenta.

“A Fábrica é um sonho mesmo. É coisa que só a prefeita Célia Rocha e o Daniel Rocha proporcionam pra gente. Até então ninguém tinha tido a iniciativa de tornar real um lugar onde a gente pudesse fazer o que ama”, declarou José Wilson.

Entre tintas, mosaicos, pneus e garrafas pet, mais brinquedos e monumentos que comporão os espaços públicos de Arapiraca estão sendo idealizados e construídos.

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As intervenções urbanas já fazem parte da paisagem de Arapiraca, como a arte de rua, ou “street art” em inglês, do artista plástico Marcelo Mascaro, nos degraus do Memorial da Mulher, nas paredes, no calçamento, nos objetos danificados e nos aparelhos de ginástica no Bosque das Arapiracas, em que presenteia os passantes, por exemplo, com a sensação de estar sobre uma corda bamba, a um passo de cair em uma cratera em ebulição vulcânica, quem sabe.

“São novas maneiras de enxergar as coisas”, como quando pneus transformam-se em uma lixeira no formato de um buquê de rosas e balanços para as crianças, inclusive, com necessidades especiais, nas mãos de Johnson Cavalcante. Em breve, a Área Verde, na Avenida Ceci Cunha, ganhará brinquedos e esculturas resultados do trabalho da Fábrica.

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Além disso, há um monumento para a passagem da Tocha Olímpica em Arapiraca sendo construído para simbolizar este momento histórico. O globo, que representa os cinco continentes do planeta Terra – os então anéis das Olimpíadas – após a passagem da tocha ficará permanente no Bosque das Arapiracas.

Em paralelo, um ponto em formato de celular será fixado na Praça Luiz Pereira Lima, a antiga praça da prefeitura. O celular insinuará estar plugado no céu à energia solar, em que as pessoas vão pode conectar seus aparelhos e navegar na internet, uma vez que haverá rede Wi-fi gratuita enquanto a bateria carrega. Ambas as peças são de responsabilidade do artista plástico Albério Carvalho, um dos artistas da Fábrica de Sonhos.

Incentivo ao Mosaico

PUBLI II

O idealizador da FDS, Daniel Rocha, em razão da vertente mosaicista em Arapiraca, tendo à frente artistas visuais como Zélia Nogueira e Marta Arruda, dentre outras pessoas do bairro Jardim das Paineiras, e como exemplo de significativa expressão do mosaico na cidade o paredão da Tenda Cultural, na Praça Luiz Pereira Lima, atentou para a importância de o município diferenciar-se por meio da arte de seus artesãos.

“Sempre achei que Arapiraca podia ter essa característica, que podíamos trabalhar em nossas praças e parques obras com cerâmica, que é bonito, barato e tem essa pegada ambiental”, disse Daniel ao enumerar algumas peças que estão sendo preparadas para agregar ainda mais valor estético à cidade, como um paredão de 60m contando a história de Arapiraca em mosaico.