4 de maio de 2016

Metodologia Liga Pela Paz está transformando o ensino público de Arapiraca

PUBLI (1)

A Prefeitura de Arapiraca em parceria com a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) e com a organização Inteligência Relacional, aposta na Cultura da Paz e na Educação Emocional como meios para a formação de jovens e cidadãos capazes de lidar com suas próprias emoções e conflitos de maneira que impere, sempre, o respeito e o diálogo não só em sala de aula, como também fora dela.

A Escola de Ensino Fundamental Crispiniano Ferreira de Brito, no bairro Cacimbas, como as demais 56 escolas municipais arapiraquenses, há cerca de um mês implantou a Metodologia Liga Pela Paz na grade curricular de ensino do 1º ao 7º ano.

A professora Evaneide Maria da Cruz de Santana, do 5º ano, observou que o comportamento de um de seus alunos melhorou notavelmente depois que as quartas-feiras da escola passaram a ser dedicadas à Educação Emocional e Social. O N.S, de 7 anos, costumava ser uma criança difícil. Falava o tempo todo em “arma”, qualquer coisa o incitava a brigar. Certa vez, a professora pediu que ele e as crianças desenhassem livremente. Então N.S desenhou um revólver.

Aquilo me assustou de início. Eu conversei com o pai dele, que também se mostrou uma pessoa difícil, para que então conversasse com o menino em casa”, relatou a professora. Mas depois que começou a trabalhar a Metodologia Liga Pela Paz com ele, Evaneide notou que N.S mudou as formas do desenho, a temática de seu diálogo.

PUBLI III

Eu o sinto mais amável hoje. Ele fala bem menos em armas… E em relação ao comportamento dele com as outras crianças, eu vejo que N.S melhorou também, porque ele tinha uma coisa de empurrar, de machucar com palavras e depois da Liga eu vejo que ele está mudando”, concluiu.

Para a coordenadora da educação infantil do 1º ao 5º da Escola Crispiniano, Cláudia Araújo, as dinâmicas da metodologia também favorecem muito a aprendizagem. “Trabalhar a inquietude do aluno, a atenção. Isso ajuda muito nas aulas, como relatam os professores. Ainda é muito cedo para resultados mais contundentes, mas se nota uma maior tranquilidade em sala de aula”, afirmou Cláudia e acrescentou: “Principalmente com os alunos de séries menores, como o 1º e 2º anos, em que se observa a melhoria da convivência entre professora e alunos”.

Ao todo, a escola, que fica em um bairro com alto índice de vulnerabilidade social e desequilíbrio familiar, comporta mais de 1.300 alunos divididos em 3 turnos de ensino, um prédio e dois anexos.

Painel das Emoções

PUBLI II

Nesta terça-feira (3), quando a professora do 2º ano “D”, Elaine Michelle Pereira, perguntou aos seus alunos que emoções suas fichas-rostinho expressavam, em um primeiro momento, quase toda a sala sentia-se feliz no Painel das Emoções. Mas uma das últimas alunas a responder ao questionamento de Elaine se disse triste, uma vez que o tio tinha sido assaltado e ao reagir teve a perna baleada.

Ela começou a chorar, porque estava muito triste pelo tio. E aí os outros alunos começaram a se sensibilizar com a situação dela e um por um trocou a ficha-rostinho para a emoção ‘triste’”, contou Elaine.

Intrigada com a mudança da “alegria” para a “tristeza”, a professora questionou seus alunos o porquê da troca repentina. “Eles disseram que a partir daquele momento estavam com duas emoções e que a tristeza era por causa da colega”, disse Elaine e concluiu: “A empatia está começando a existir em nossa sala de aula. Foi muito lindo! Depois eu conversei com eles e agora está tudo bem”.

A Metodologia Liga Pela Paz tem como objetivo trabalhar as emoções das crianças e jovens, visando à prevenção da violência e à redução da criminalidade, sobretudo, dentro da sala de aula.