18 de maio de 2016

Meio Chá de Pólvora: jornalista arapiraquense lança livro de poemas

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Com “Meio Chá de Pólvora” o que é possível ser feito? Alguns dirão “nada”, além de algo intragável. Mas o jornalista e arapiraquense Breno Airan fez deste o título de seu primeiro livro a ser tomado página por página, de uma só vez ou em quantos goles cada leitor achar melhor.

Breno é um dos cinco primeiros autores alagoanos contemplados pelo Programa de Incentivo à Cultura Literária (PICL), da Imprensa Oficial Graciliano Ramos.

Nesta terça-feira (17), os livros foram lançados em uma solenidade composta pelos escritores, familiares, servidores, funcionários da editora, imprensa e autoridades governamentais, na sede da Imprensa Oficial.

Ao todo 19 pessoas foram selecionadas por especialistas em Literatura e por professores, que avaliaram cerca de cem títulos inscritos no edital público. Até outubro todas as obras serão publicadas.

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Além de “Meio Chá de Pólvora”, de Airan, neste primeiro grupo também estão “Os Filhos de Ana Rosário”, de Dirceu Lindoso; “Antes e Depois da Chuva”, de José Minervino Neto; “Entre Ratos & Outras Máquinas Orgânicas”, de Richard Plácido e “João & seus Ais Miúdos”, de Fabiana Freitas.

A seguir uma entrevista alinear com o escritor de “Meio Chá de Pólvora”, depois de um dia memorável para sua carreira aos 26 anos de idade:

Pergunta. Apesar de já ter saído dois axiomas teus no livro de Maitê Proença, “É Duro Ser Cabra na Etiópia”, esta é tua primeira obra. Do que se trata “Meio Chá de Pólvora”?

Resposta. Esse título remete a minhas inclinações budistas. Equilíbrio. Sempre dosar tudo na vida. O livro trata-se de um manifesto sobre tudo o mais.

Pergunta. O que envolve “tudo o mais”?

Resposta. Solidão, amor, autocrítica, religião, existencialismo, nonsense – ligado diretamente nas minhas incursões no movimento surrealista, música, arte e jumentos, ainda que não tenha poema algum sobre este último (ri).

Pergunta. Com quantas páginas se faz “Meio Chá de Pólvora”? Levou quanto tempo para escrevê-lo? Quando começou?

Resposta. Tem 112 páginas, com prefácio da poeta Marta Eugênia e contracapa do irmão de alma, o jardineiro Alan Lins. Acredito que comecei a escrevê-lo há uns 6 anos. Fui somando experiência e hoje acho que posso repassar isso à frente, com as palavras.

Pergunta. Desde quando e de onde vem a tua relação com a escrita?

Resposta. De moleque. Sempre lia gibis da Turma da Mônica. Gostava mais do Cebolinha, porque ele era diferente, mas aceito (ninguém fazia bullying por causa do R e L dele). Me sentia desde sempre estranho.

Pergunta. Estranho como? Tua “estranheza” estava ligada a quê?

Resposta. Em não me conectar por inteiro com as pessoas. Ainda hoje estou aprendendo a fazer isso, a amar as pessoas e os bichos que nem conheço. Aos poucos.

Pergunta. Que nomes influenciam a tua arte?

Resposta. Me inspiro no cinema, na música, na literatura, na pintura. Não dou nome aos bois.

Pergunta. É cedo para dizer que outro “chá literário” está a caminho? Ou você já tem apurada a matéria do próximo?

Resposta. Nada. Tenho em mente um romance, mas ainda se formando. Quem sabe, em breve, eu comece uma biografia sobre o “Bar do Paulo”,no estilo Jornalismo Literário. Ainda vou ver isso com ele.

Pergunta. A pergunta “o que os leitores podem esperar de um romance teu” fica para quando eles lerem esta tua primeira obra? Ou você já pode semear a ideia?

Resposta. Não esperem nada. Expectativas costumam frustrar. Tudo está bom; nada precisa melhorar. Tudo é perfeito do jeito que é.