27 de maio de 2016

Cantor arapiraquense Nelsinho Silveira grava seu 2º DVD no Planetário

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Tocando na festa de inauguração de uma loja no Arapiraca Garden Shopping, dias desses, Nelsinho Silveira puxa o começo de “We Are The Champions”, da banda inglesa Queen.

O local onde um palco improvisado foi montado era o hall daquele shopping, competindo as atenções com uma feira de livros logo ao lado.

Com um crescendo na música, sua voz reverberou pelo espaço, a homenagear o vocalista Freddie Mercury, uma de suas várias influências. No meio dela, um espectador soltou de uma das mesas: “Nossa, pediram para diminuir o som, apesar de estar fabuloso!”.

Mas o volume continuou inabalável. Bem como a postura de Nelsinho, que na sequência jogou uma canção do alagoano Djavan, mudando um tanto a dinâmica do evento naquela hora.

Arapiraquense, o cantor, violonista, palhaço, agitador cultural e diretor da Escola Municipal de Circo Teófanes Silveira – Palhaço Biribinha tem dessas facetas. É, como se vê, multifacetado.

E muito destas mostras poderá ser visto em um show especial neste sábado (28), no cineteatro do Planetário Digital e Casa da Ciência, no Lago da Perucaba, bairro Zélia Barbosa Rocha, a partir das 22h.

Ele gravará, na oportunidade, seu 2º DVD. Recentemente, ele lançou o CD autoral “Histórias” com participações de diversos artistas da terra. Neste novo registro audiovisual, que se chamará “Raízes, vai absorver muito do que vivenciou na carreira.

Saindo da sombra

Nelsinho Silveira revê a persistência da memória lhe jurar fidelidade. “Meu percurso foi muito longo e suado. Batalhei para chegar em meu primeiro trabalho de estúdio, lançado no ano passado. E agora, estou diante de mais este passo!”, diz.  “Vejo a música como o limiar de todas as artes e tento interligá-la ao teatro em minha performance”, completa ele, que tem no sangue este viés.

Filho de Teófanes Silveira, o Palhaço Biribinha, reconhecido em 2010 pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) como Patrimônio Vivo da Cultura Alagoana, com o título de Mestre das Artes Circenses, ele a cada investida se desvencilha da sombra elegante do pai.

“Todos por aqui sabem que sou filho do Biribinha e que corro atrás dos meus objetivos. Não fico parado! Busco mudar o cenário da música local, como bem vejo muita gente boa se movimentando no estado de Alagoas”, comenta Nelson Alves da Silveira Neto, que também carrega a responsabilidade nas costas do nome do avô. Mas, cantando, seus males e ademanes se contraem em punho cerrado.

E é com este gesto de força que o artista encara todas as adversidades para que seu estilo eclético se firme nas terras arapiraquenses, misturando samba, rock, MPB, fado e guarânia, entre outras influências.

Caminhos

Com o DVD “Realizando Sonhos” lançado em 2010, onde cantou ao lado do pai e da mãe, a cantora da Jovem Guarda, Olga Silveira, Nelsinho relembra de quando começou a trilhar seus caminhos pela música ainda sentado à calçada da residência número 429 na Rua São Nicolau, bairro Brasília, em seu violão Gianinni.

“Recordo também de festas em família no Pontal do Coruripe em que nos divertíamos bastante e cantava com minha irmã Helga. Eu fazia a segunda voz. Foi aí que comecei”, relata ele, que tem 38 anos, 18 deles embrenhados na música, com performances em bailes de formatura, casamentos e festivais.

“Chão de Giz”, de Zé Ramalho, foi a porteira que se riscou e abriu para seu trajeto cancioneiro nos bares de Arapiraca, a começar na Victor’s Churrascaria, em 1998, nos arredores da Ladeira do Claudionor, no bairro São Luiz.

No show “Raízes” deste sábado, ele fará justamente “um repertório de memória afetiva”, rememorando esses tempos idos até sua chegada na linha magistral de agora.

Em meio ao furor do I Festival de Música de Arapiraca, que teve seu dedo, no fim de 2014, o renomado músico Paulo Calazans o elogiou ao dividir o palco com Nelsinho. “É uma honra estar em Arapiraca e ouvir tamanho talento”, comentou, à oportunidade, o tecladista do Djavan.

Além de dom, ele transparece verdade em cada nota planada e só quer fincar isso por estas bandas. Não importando o tempo que sua reforma musical durar, porém sempre com raízes fincadas.