Espaço Nascer cria grupo para troca de experiências entre mães de bebês com microcefalia
O encontro da equipe multidisciplinar do Espaço Nascer, Unidade de Referência à Gestante de Alto Risco e Pediatria, com as mães de bebês com microcefalia nesta quarta-feira (30) ganhou mais um importante aliado.
A criação do grupo para sensibilização, fortalecimento de vínculos e troca de experiências foi proposto para que elas possam compartilhar suas experiências frente à maternidade de bebês com essa condição neurológica rara em que a cabeça e o cérebro da criança são significativamente menores do que os de outras da mesma idade e sexo.
Para dar ponta pé inicial desses encontros, a equipe do Espaço Nascer, inaugurado em janeiro de 2014 com a finalidade de atender e acompanhar o desenvolvimento de crianças especiais, convidou a coordenadora de comunicação da Prefeitura de Arapiraca, Mônica Nunes, para também dar seu depoimento, enquanto mãe de Luiz Felipe, que tem hidrocefalia [acúmulo de água no cérebro] e há 20 anos resignificou o que é a maternidade para Nunes.
“O grande diferencial da mãe especial é a atitude que ela toma diante de seu filho”, afirmou a coordenadora em um trecho ao longo de seu depoimento.
Em Arapiraca, existem 10 casos confirmados de bebês com microcefalia e todos são acompanhados pela equipe de apoio da Unidade para Gestantes de Alto Risco e Pediatria.
“Desde o momento em que soubemos dos primeiros casos de microcefalia, nós reforçamos em todas as unidades básicas de saúde que tivessem um cuidado especial junto a essas gestantes. A nossa meta é atender a mãe [com suspeita de zika, chikungunya ou dengue] no primeiro trimestre de gravidez por entendermos que quanto mais precoce for o tratamento, menos sofrerão elas e os bebês”, afirmou Noélia Barbosa, assistente social e superintendente de atenção à saúde sobre o momento delicado em que atravessa o Brasil com o surto de crianças com essa deficiência.
Noélia ressaltou ainda que o olhar diferenciado da saúde municipal sobre as crianças foi potencializado pelo programa Arapiraca Garante a Primeira Infância (Agapi), implantado pela Prefeita Célia Rocha.
“Não é fácil, mas ser mãe da Maria Eloíza, bebê de 3 meses com microcefalia, é uma maravilha. No meio de tantas mulheres que tiveram seus filhos no mesmo dia, eu fui a privilegiada. Minha filha, para mim, é como todas as outras crianças ‘normais’”, declarou no final do encontro a babá Maria Patrícia Vieira.
O grupo para fortalecimento de vínculos também está aberto para os pais e demais familiares.