Dia do Fotógrafo: o olhar do arapiraquense Samuel Alves
O renomado fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson vivia a procurar “o instante decisivo” em suas fotos.
Em tempos em que todo mundo tem à mão dispositivos telefônicos com câmeras embutidas, mal se pode imaginar o quão precioso era este momento do clique definitivo.
Para o fotógrafo arapiraquense Samuel Alves – que completou 67 anos de idade no último dia 3, sendo 50 deles voltados para o ofício –, registrar algo ainda é muito precioso.
É o que ele vem mostrar com a sua exposição “Arapiraca Através da Fotografia” que, durante o mês de dezembro, estava integrando a programação natalina no Bosque das Arapiracas.
Nesta sexta-feira (8) é comemorado o Dia do Fotógrafo e “Samuca”, como é mais conhecido, tem todos os motivos para se orgulhar de seu trabalho árduo ao longo dos anos.
A mostra reúne imagens da cidade da década de 1970 até agora, sob seu introspectivo olhar. Por trás de sua lente, pode-se viajar no tempo e na perspectiva do amanhã.
“Meu primeiro contato com uma câmera fotográfica foi ainda em casa, com meu pai Arthur Alves. Ele possuía uma empresa chamada Foto Brasil, que ficava na Praça Bom Conselho, no Centro. Manuseei uma Rolleiflex e uma Yashica e me apaixonei, assim como meu pai”, conta Samuel, que atua como fotógrafo oficial da Coordenadoria de Comunicação Social da Prefeitura de Arapiraca.
Ele relata que Arthur tinha um estúdio em sua residência. Foi neste dia a dia que o jovem tomou gosto de vez pela Fotografia, considerada a 8ª Arte.
“Aprendi a mexer no revelador, ampliador, negativa e fixador – passando por todas as etapas. Até que percebi que queria aquilo como ofício e isto virou a minha vida. É o que apresento a vocês: um trabalho baseado no que vi, afinal, a cidade de Arapiraca mudou e avançou junto comigo”, pontua.
Segundo ele, atualmente há muita praticidade com as chamadas câmeras digitais, visto que antes eram usados filmes e as imagens deviam ser precisas, no ato, para não “gastar as poses”.
“A fotografia está bastante difundida hoje, mas perdeu um pouco o ‘foco’. São novos tempos e espero que ela não perca, na verdade, sua importância documental”, conclui.
A cabine com a exposição itinerante de Samuca voltará ainda este mês de janeiro ao Bosque das Arapiracas, durante os finais de semana. Depois, ela segue para as instituições de ensino do município. Dentro do local, há ainda dezenas de máquinas fotográficas antigas, emergindo o espectador a um novo plano.