12 de janeiro de 2015

Pioneirismo de Arapiraca em combate à lagarta vira reportagem


Agricultor arapiraquense José Luiz Barbosa Leite faz primeira aplicação do "remédio" em AL

Com presença em pelo menos em 33 municípios de Alagoas, a Helicoverpa armigera vem devastando lavouras de agricultores de todos os cantos do estado. A praga, no entanto, está sendo contida na cidade de Arapiraca, primeira a utilizar um produto à base de vírus para não deixar que ela se alastre.

Uma parceria entre a Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Agricultura (Semag), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) levou à primeira aplicação do produto Gemstar, numa plantação de quiabo, na comunidade rural Pé Leve Velho.

O fato acabou sendo reportagem especial da TV Gazeta, pelo programa Gazeta Rural, feita pelo jornalista Tony Medeiros. O material abordou o modo de se utilizar o Gemstar – portando devidamente o Equipamento de Proteção Individual (EPI), com 200 litros de água mais 500 ml do produto à base do vírus HZPNV a cada hectare de terra, oriendando os produtores rurais que assistiam.

Segundo a engenheira agrônoma do Centro de Ciência Agrárias (Ceca) da Ufal, Jakeline Maria dos Santos, já houve dano econômico em Igreja Nova, Coruripe, Limoeiro de Anadia e Arapiraca. “A expectativa é que tenhamos um bom resultado aqui em Arapiraca após esta aplicação, porque o produto é bastante eficiente. Temos muitos trabalhos realizados em outros estados, como Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia, que geraram êxito em lavouras”, diz. Ela ressaltou ainda que a aplicação deve ocorrer no período da noite, pois é quando as lagartas saem para se alimentar, visto que o "remédio" para o combate só funciona por ingestão.

Assista ao vídeo na íntegra, no portal de notícias G1, clicando aqui.

Praga

A praga aparece no Agreste alagoano em lavouras de feijão, quiabo, amendoim e pimentão. Para tanto, a orientação do técnico em agropecuária da Semag, Wanderson Lourenço, é não aplicar qualquer produto, pois os “inimigos naturais” da Helicoverpa armigera podem morrer, como o bicho-lixeiro, a joaninha e o percevejo. Para isso, a Secretaria Municipal de Agricultura está ao dispor da população arapiraquense para maiores dúvidas.

“O grande problema desta lagarta é que ela é bastante resistente, tendo uma carcaça espessa e gosmenta, o que interfere na ação de agrotóxicos. E o que acontece, então? O agricultor, ao lançar estes produtos químicos em sua plantação, acaba por matar os predadores naturais da Helicoverpa. É neste instante que há um desequilíbrio e ela se torna praga”, diz Maria José Rufino, gerente de Defesa Sanitária Vegetal da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal).

Na luta

Utilizando o devido Equipamento de Proteção Individual (EPI), na comunidade Pé Leve Velho, o agricultor José Luiz Barbosa Leite adentra uma plantação de quiabo. Ela está sendo atacada impiedosamente pela praga.

“No começo do ano passado, eu tinha duas tarefas deste legume e esta lagarta nos causou um prejuízo tremendo. Agora, equipado com este ‘remédio’, esperamos um 2015 mais otimista”, diz ele, que tem 39 anos e nunca havia visto uma praga tão resistente.

Ao invés de usar este bioinseticida à base do vírus HZPNV, José Luiz Barbosa Leite utilizou vários agrotóxicos, sem efeito algum. “Perdi tudo e tive que replantar ao menos 80%. Fiquei preocupado porque nada funcionava e temia perder também plantações de melancia, inhame, milho e melancia que tenho por aqui”, comenta.

E completa: “Agora estou muito esperançoso e agradeço o cuidado da Prefeitura de Arapiraca, da Adeal, Embrapa, Ufal, enfim, de todos os órgãos que se preocupam com o que chega à mesa do arapiraquense e do alagoano, de modo geral”.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *