24 de junho de 2013

Comunidade revive Arapiraca de 1950 no Arraiá Forró na Roça

A Rua 13 de Maio, na Vila São Francisco, zona rural de Arapiraca, voltou literalmente aos anos 1950. Uma bem elaborada cidade cenográfica foi erguida, na noite deste domingo (23), naquela via com casas feitas a partir de madeira e barro à luz apenas de velas e candeeiros.

Com os esforços da prefeita Célia Rocha (PTB), o Arraiá Forró na Roça transformou-se em turístico este ano, com três dias seguidos de festa.

Logo quando a comissão julgadora chegou à comunidade, fogos de artifício anunciaram o início do arraiá. Uma fogueira à porteira do evento indicava que era véspera do Dia de São João.

“Nossa intenção era reviver, por meio do cenário de uma fazenda, a nossa Arapiraca de décadas passadas, quando a economia se abstinha da agricultura e não havia energia elétrica”, diz Dalvane Matias da Silva, o organizador do Arraiá Forró na Roça.

Com brincadeiras – como o quebra-pote, pescaria e pau-de-sebo – e costumes de um povo animado e religioso, os integrantes conseguiram convencer os jurados de que estavam na década de 1950, com casas de farinha, das destaladeiras de fumo e da rezadeira, feiras, cachoeira e igreja, tudo isto espalhado pela vila cenográfica.

"Eu tentei subir no pau-de-sebo, mas só me dei bem no quebra-pote", conta o pequeno Erivan Francisco da Silva, de 10 anos, em meio a brincadeiras de antigamente.

Havia ainda violeiros, repentistas, emboladores, banda de pífano, trio nordestino, canções de coco de roda, dança de fita e uma procissão. O sino da igreja deu o recado de que as beatas seguiriam o andor com a imagem de São João Batista, que dá nome à festa comemorada todos os anos no mês de junho no Nordeste.

“Eis um breve passeio pelo túnel do tempo, revivendo fatos, histórias nossas de Arapiraca”, diz Dalvane Matias. Ele, além de organizador do arraiá turístico, ainda foi o animador da quadrilha estilizada Forró na Roça.

No imenso palhoção montado, passaram antes garotas fazendo a Dança da Peneira e a quadrilha mirim da comunidade. Um dos membros desta última cresceu e hoje integra a estilizada. “É um prazer ter participado das duas. Mostra a força que o Forró na Roça tem”, diz Benedito Porfírio, de 17 anos.

Segundo José Fábio Soares, de 29, há seis meses a quadrilha vinha ensaiando. “Este foi nosso primeiro ano como ‘estilizada’, então tínhamos que apresentar algo bem feito, nunca antes visto pelo povo da nossa vila São Francisco”, comenta.

As roupas, bem acabadas, foram feitas por dona Maria Luiza Matias, avó de Dalvane. “Isso expõe o envolvimento que todos acabam tendo com o arraiá. Tudo foi feito aqui na Vila São Francisco”, coloca o organizador.

Ao final da apresentação que tratava de uma nostálgica Arapiraca, os jurados voltaram para casa com saudade de outrora.

 

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