Com violeiros e emboladores, Arraiá Tire o Pé do Chão faz bonito
“Este é um dos arraiais mais antigos que participam das festividades juninas de Arapiraca. E não poderia estar melhor”, diz a secretária Municipal de Cultura e Turismo (Sectur), Tânia Santos, logo na chegada do Arraiá Tire o Pé do Chão, no bairro Brasília, na noite desta quarta-feira (19).
Um par de violeiros recepcionavam o público, que a partir das 20h, chegava em massa à Rua São Nicolau. José de Souza e José Amaro Filho fizeram repentes no improviso e conquistaram a simpatia dos 10 jurados da comissão que está à frente do Concurso de Resgate às Tradições Juninas.
Fazendo alusão ao Sítio do Picapau Amarelo, obra do escritor Monteiro Lobato, havia a Casa do Fazendeiro Dona Benta, a Toca da Cuca, o Casarão do Coronel Teodorico, a Biblioteca do Visconde de Sabugosa, o Casebre do Barnabé e a Capela do Sítio.
No meio da vila cenográfica, crianças brincavam a Dança da Fita, ao som de uma banda de pífano. Os emboladores Curió e Verde Linho rimavam frases sobre os cabelos, vestidos e sorrisos que passavam por entre seus pandeiros. “Se a gente pudesse, tocava de 8h até as 16h, porque repertório a gente tem e inventa”, diz o incansável Curió.
Segundo ele, a praça é o lugar da dupla – e a vila cenográfica era o cenário perfeito para aqueles emboladores. “Levamos nossa arte para todos. O nosso obrigado ao Toinho!”, coloca.
Antônio Souza, o Toinho, disse que ficou os últimos quatro dias em atividade frenética com a comunidade. “Queríamos fazer a melhor festa que o bairro já teve. Por isso, trouxe os violeiros, os emboladores, um grupo de coco de rodo, os tocadores de pife e o trio pé-de-serra que tocou lá atrás, numa palhoça extra”, comenta o organizador do evento anual.
Muitas pessoas se aglomeraram naquela palhoça, onde o forró não parava. Quando a festa começou na principal, as atenções se voltaram para os violeiros que, em repente, pediram uma salva de palmas para a prefeita Célia Rocha (PTB), maior responsável pelo arraiá.
Em seguida, entraram as meninas da Dança da Peneira e o coco de roda da Escola Lion’s Club, que fizeram uma aparição vibrante. A quadrilha Tire o Pé do Chão, com passos estilizados, convenceu a plateia, a qual aplaudiu bastante ao término da apresentação. O destaque maior foi para o casamento, onde apareceu um amante homossexual.
O bom humor do nordestino foi tratado de uma maneira leve, sem agredir moralmente nenhum dos presentes. A comissão julgadora caiu em graças. As comidas típicas também não paravam de chegar. “É esse o resultado de tanto trabalho, independentemente de qualquer colocação no final do concurso. A gente quer ver é os moradores da região participando todo ano, mais e mais”, conclui Toinho.
“Quando a comunidade se envolve, não há casos de violência. Com o empenho da prefeita e o apoio da Polícia Militar, sempre podemos ir para as festas e curtir em paz e harmonia”, pontua a secretária Tânia Santos. As rádios Novo Nordeste, Metropolitana e Pajuçara estiveram no local, fazendo a cobertura.