Arraiá do Gonzagão encanta público com o brilho do Nordeste
Nenhum artista até hoje externou o Nordeste como ele é, de fato, como Luiz Gonzaga. E foi para isto que uma das 20 comunidades inscritas no Concurso de Resgate às Tradições Juninas 2013 atentou. O “Rei do Baião” merece reverência em qualquer ocasião.
Os integrantes da quadrilha do bairro do Baixão, desta feita, resolveram mudar de nome. Ano passado, eles se chamavam “Matuto na Roça”; neste, optaram por “Arraiá do Gonzagão”, que aconteceu na noite desta terça-feira (25).
As referências ao mestre estavam em todo lugar: desde a Fazenda Asa Branca à Rádio Gonzaga. Havia ainda na vila cenográfica a casa da costureira Filomena, a Igreja Padim Ciço, a casa de farinha e uma praça, ambientando de vez uma pequena cidade do interior.
No palhoção montado na Rua Antônio Ferreira Sampaio, em frente à Associação dos Moradores do Baixão, muitas cores. O presidente da instituição e também organizador do evento, José Severino Giló Neto, se disse feliz com que conquistou. “O povo vindo à rua nessa nova empreitada era tudo o que queríamos. Esta foi minha primeira vez no comando – na verdade, muitas pessoas me ajudaram e este é o ponto positivo desses arraiais comunitários; a interação das pessoas dos bairros é que é o mais importante. No próximo ano, vamos batalhar para sermos arraiá turístico, com três dias de festa”, comenta.
Na programação, houve a Dança da Fita, o “Xote das Meninas”, a quadrilha matuta do Gonzagão, os Malacabados da Escola Aurino Maciel e a quadrilha estilizada Banaluar, convidada da Vila Bananeira.
Com a plateia interagindo bastante e uma mesa farta de deliciosas comidas típicas para a comissão julgadora, o arrasta-pé convenceu até quem veio de outro bairro. “Minha namorada me chamou para prestigiar e vim conferir. Realmente, é muito pertinente que haja esse resgate todo ano”, diz o estudante Vinícius Lúcio Melo Barbosa, de 21 anos, que mora na Primavera.
Itamara Karlla dos Santos Rocha, sua companheira, frisou que seu bairro faz sempre belas festas juninas. “O mais interessante é que há um ar romântico em tudo isso. As pessoas deixam suas casas para ver o forró no meio da rua. Isso é lindo; só em Arapiraca mesmo”, coloca ela.
Ao final, uma comovente explanação sobre a vida de Luiz Gonzaga foi feita, tratando do anonimato nos tempos da gravadora RCA ao ápice, quando cantou para o papa João Paulo II. Com efeito, o Gonzagão cantou o Nordeste com a nossa voz.