Ainda não perdi o sonho de ser pediatra aqui, diz Adriana Cunha
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Em depoimento emocionado, Adriana Cunha revelou, em entrevista coletiva ocorrida na tarde de sexta-feira (16), ela disse que ainda não perdeu o sonho de retornar para Arapiraca e trabalhar como médica-pediatra.
“Quem sabe, um dia, retornarei à cidade para exercer a profissão na Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, onde minha mãe ajudou centenas de mulheres dar à luz a seus filhos”, afirmou.
Adriana e Rodrigo Cunha responderam a perguntas de jornalistas e radialistas locais, no encontro ocorrido no auditório do Memorial da Mulher, e que contou com a presença da deputada federal Célia Rocha e diversas personalidades de Arapiraca e região.
Os filhos de Ceci Cunha participaram de uma série de atividades com representantes de movimento feministas, lideranças políticas, comunitárias e empresariais da cidade, para lembrar os 13 anos da morte da mãe, a ex-deputada federal Josefa Santos Cunha, mas que era carinhosamente chamada de Ceci Cunha.
Na noite do dia 16 de dezembro de 1998, poucas horas depois de ser diplomada deputada federal pela segunda vez, a médica Ceci Cunha foi assassinada na varanda da casa do cunhado Iran Carlos Maranhão, no bairro Gruta de Lourdes, em Maceió, em companhia do marido, Juvenal Cunha, e da mãe de Iran, Ítala Maranhão.
Ceci foi atingida à queima-roupa por tiros de espingarda 12 na nuca e pescoço, e morreu instantaneamente. O marido Juvenal Cunha e Ítala Maranhão também foram alvo de disparos e morreram no local. O crime ficou conhecido como a Chacina da Gruta e ganhou repercussão nacional e internacional.
Os 13 anos da morte de Ceci Cunha estão sendo lembrados desde a quinta-feira (15), com atividades em Maceió e Arapiraca, onde a direção do Memorial da Mulher também convidou a deputada federal Célia Rocha (PTB/AL), e a coordenadora da bancada feminina na Câmara dos Deputados, Janete Pietá, bem como o defensor público André Chalub e o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Arapiraca, Alécio Lima para acompanharem a programação.
Rodrigo Cunha disse, na ocasião, que sua mãe nunca aceitou ganhar dinheiro com a política. “Ela era médica e gostava sempre de fazer o bem e lutar pelo desenvolvimento de Arapiraca e de Alagoas”, completou.
Após a coletiva, ocorrida no auditório do Memorial da Mulher, no início da noite de sexta-feira foi celebrada uma missa na Igreja de Santa Cruz, no bairro Alto do Cruzeiro, e depois acesa uma tocha para lembrar mais uma vez a data até o julgamento do caso, marcado para o próximo dia 16 de janeiro.
De acordo com a acusação do Ministério Público Federal, o então deputado Talvane Albuquerque, na época filiado ao PTN e primeiro suplente da coligação de Ceci na Câmara, foi apontado como mandante do crime. Na interpretação do MPF, ele queria o cargo e a imunidade parlamentar que dele adviria.
Os assessores e seguranças de Talvane, Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva, foram apontados pelo MPF como executores. A defesa dos acusados nega a autoria do crime.
O júri popular está marcado para esta segunda-feira, exatamente 13 anos depois do crime, com início às 9 horas, no auditório da Justiça Federal em Alagoas.
Eles são acusados pela prática dos crimes de formação de quadrilha e de quatro homicídios qualificados contra Josefa Santos Cunha (a deputada federal conhecida como Ceci Cunha), o marido dela, Juvenal Cunha da Silva, seu cunhado Iran Carlos Maranhão Pureza e sua sogra Ítala Neyde Maranhão Pureza.