22 de julho de 2013

Estudantes de Arapiraca apresentam projeto científico em Londres

Dentre os 350 participantes do mundo, dois estudantes arapiraquenses foram selecionados para apresentar um projeto concebido em sala de aula: os benefícios da “cana do brejo” para as dores provocadas pelas cólicas renais.

Nesta terça-feira (23), eles – que cursam o Ensino Médio na Escola Estadual Professora Izaura Antônia Lisboa (Epial) – viajam para Londres, capital da Inglaterra, para participar de um evento internacional.

Com os esforços da prefeita Célia Rocha (PTB), ambos, José Anderson de Farias Silva, de 16 anos, que faz 2º ano, e Claudberg Ben Pantaleão, de 18, a cursar o 3º ano, conseguiram os passaportes, tendo ajuda também da secretária do Governo Municipal, Cícera Pinheiro.

Afora, eles fizeram uma rifa para conseguir dinheiro para suprir as necessidades da viagem. O sorteio de um celular aconteceu na noite desta segunda-feira (22), na Epial.

Bastantes engajados em feiras científicas, os dois apresentarão no London Internacional Youth Science Forum (LIYSF), entre os dias 24 de julho e 7 de agosto, o que a Costus spiralis, nome científico da conhecida “cana do brejo”, traz como benefício para quem sofre de cólicas renais.

Segundo Anderson, a planta herbácea e de origem indiana é concebida em temperaturas baixas e ele a adquire geralmente numa casa de chá, no Mercado Público Municipal, bairro do Centro de Arapiraca.

“Nós a trituramos e colocamos numa estufa, no próprio laboratório da escola. Ainda não fizemos nenhuma experiência em humanos, mas temos relatos de pessoas que melhoraram apenas com o uso da ‘cana do brejo’. Já confeccionamos sachês para que se façam chás e iremos mostrar isto no evento londrino”, diz o aluno.

O pai dele, o comerciante José Adão da Silva, de 43 anos, por conta própria, usou por cinco meses este chá e ficou curado das cólicas renais. Em outro caso, um amigo chamado Marcos Paulino, usou por um mês os benefícios da planta, pois não tinha dinheiro para fazer a cirurgia e, como alternativa, tomou o chá. Segundo ele, também ficou curado do problema.

“Foram estes dois casos que chamaram nossa atenção para a ‘cana do brejo’, que, além dessas propriedades benéficas, se usada de forma inadequada, pode causar o efeito contrário”, orienta o outro estudante Claudberg Pantaleão. A Costus spiralis tem outras propriedades medicinais, servindo também como analgésico e diurético.

Para tanto, diante do desafio de entendê-la melhor, a dupla arapiraquense quer se aprofundar no assunto. “Precisamos agora retirar o princípio ativo da planta para que possamos transformar isso em cápsulas”, diz ele, já pensando em transformar a fórmula em comprimidos.

Tamanho o empenho, os jovens estudantes entraram num curso de inglês para poder apresentar a experiência com a planta de forma efetiva no fórum em Londres. No entanto, esta não é a primeira vez deles. Anderson e Claudberg já participaram de diversos outros eventos deste âmbito pelo Brasil nos últimos anos, como a Mostra Ciências e Tecnologia do Estado do Pará (MCTEPA); a Expocity, no Rio de Janeiro; a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), em São Paulo; a Feira de Ciências e Tecnologia (Fecitec), no Maranhão; e o Movimento Internacional para o Recreio Científico e Técnico (MILSET), em Fortaleza.

“Estamos muito felizes em poder representar o nome de Arapiraca lá fora e ajudar as pessoas”, pontua Anderson. Ele explicou que este é um dos cinco projetos de Alagoas que foram credenciados no London Internacional Youth Science Forum (LIYSF).

Orientando-os desde o início deste trabalho científico, estão a professora de Química, Nadja Maria Alves de Souza, e a ex-aluna Karina de Queiroz Martins, como coorientadora, do projeto que tem como tema “Costus spiralis: uma alternativa para aliviar as cólicas renais”.

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